06 maio 2007

Lés-a-Lés de 2005 - parte 1

E enquanto me parece impossível a minha presença na edição deste ano do Lés-a-Lés, vou começar aqui a partilha das fotos, e respectiva descrição das localizações, daquilo que foi o L-a-L de 2005.

Uma aventura fantástica, principalmente para alguém como eu, que até à altura desconhecia muito do nosso território mais interior, quer das beiras, do alentejo e principalmente do Algarve que, como a maioria das pessoas, limitava-me a conhecer o litoral.

O Lés-a-Lés é uma "prova", onde o objectivo não é ganhar nenhuma corrida, mas ficar a conhecer alguns dos recantos mais bem guardados deste nosso país, percorrendo sempre estradas e estradinhas, e nunca por vias rápidas.
É feito em equipas de duas motos, onde a ideia dos pares é a de poder haver um certo acompanhamento, sempre presente, no caso de aparecer qualquer problema.
No entanto, dentro do meu "grupo" de amigos motards só havia dois tipos: os que faziam parte da organização (os do MCP) e os que não participavam: ou porque não podiam, ou porque não queriam ou ainda por acharem que a sua moto não era a mais adaptada (de facto, algumas passagens em estradões de terra ou passagens a vau não é para todos... ou talvez seja...)
Assim, acabei por ir com alguém que não conhecia, um sócio do MCP, o Artur Silva, que se veio a revelar uma excelente companhia para aqueles dois dias de "prova".

A partida estava marcada para o dia 27, em Macedo de Cavaleiros, mas já no dia 26 (5ª feira, feriado) houve acção, na forma de avaliações técnicas das motos, que têm que estar em condições, mecânicas, eléctricas e de documentação.
A Transalp estava, claro ;-)

Aqui estamos nós, dentro do pavilhão gimnodesportivo de Macedo de Cavaleiros, à espera das avaliações, e a fugir um pouco ao muito calor que se fazia sentir ao sol...
A Grande Transalp, e a CB500 vermelha do Artur.



E aqui já depois do "sim", e carregado de informação: os roadbooks (o principal), a tira das zonas para picar, o boné, e mais uma "carrada" de brindes que entregaram.



Embora a partida fosse em Macedo de Cavaleiros, o nosso poiso inicial foi em Mirandela.
A procura de quartos era tão grande que tivemos que ficar uns kms mais "abaixo".
Ficamos num hotelzinho junto ao centro, e frente ao rio, embora o nosso quarto fosse virado para trás.
Nessa noite aproveitamos para um jantar relaxado e para um bom descanso, bem necessário para aquilo que nos esperava no dia seguinte.





Mesmo assim, nem tudo foi descanso.
Uma das coisas que tinha que ficar feita antes de dormir era preparar o roadbook.
Primeiro estudá-lo, ver os sítios de passagem, tentar perceber onde se podia e teria que parar para meter gasolina, refeições, tempos, etc.
Depois, cortar, colar e enrolar tudo. É que ao contrário dos roadbooks nos carros, e respectivo co-piloto, nas motos é o próprio condutor que o vai "desenrolando". Nos dias anteriores tinha construido o meu próprio leitor de roadbooks, que ficou 5*, e que funcionou direitinho durante os dois dias.

Acordamos cedo, claro!
A nossa hora de partida, em Macedo de Cavaleiros, era às 8:38 e ainda tinhamos que fazer o percurso até lá...
Ainda assim ainda houve tempo para registar a vista da janela do nosso quarto de hotel, com a torre da igreja e a câmara municipal perdidas no meio dos telhados ;-)



Chegamos ... tarde.
Bem, talvez não tarde, mesmo em cima da hora.
Tão em cima da hora que não houve tempo para nada.
Foi apenas passar pelo meio das centenas de motos que se agigantavam, subir ao palanque de arranque e ... arrancar.
Nem uma fotozinha para amostra do momento...

Mas a primeira paragem também estava muito próxima.
Aliás é uma coisa que se percebe logo: se seguirmos o roadbook à risca, coisa que nós fizemos, estamos sempre a parar. Mas não é uma coisa má. Pelo contrário!
O roadbook está feito com horas, desde a partida à chegada, e por isso sabemos exactamente onde estaremos a determinada hora. Não é coisa que interesse, é verdade, mas podiamos saber :-)
O primeiro ponto de paragem era então próxima, bem lá no alto dos 1200 m da serra de Bornes.
Para lá chegar foi preciso precorrer alguns kms de terra, os meus primeiros kms em terra com a Transalp;-)




E já na segunda paragem, em Alfândega da Fé, a capital da cereja, como lá a apelidam.
A foto foi tirada à entrada de um novo centro cultural, muito arranjadinho, onde tinham para nós um valente "mata-bicho", onde não podiam faltar as cestas de vermelhas e BOAS cerejas :-)



Já mais à frente, ou mais a sul, uma das paisagens que mais me ficou na memória: o vale da Vilariça, entre os concelhos de Alfândega da Fé, Vila Flor e de Torre de Moncorvo.
É um vale muito fértil, atravessado pelo rio Sabor, que desagua no Douro pouco à frente. É um microclima da região demarcada do Douro que talvez não dure muito tempo devido à prevista construção da nova barragem da Santa Justa.





Na travessia do Sabor havia mais um posto de marcação.
Aqui a fila era grande porque tinha ficado toda a gente parada a tirar uma fotos, um pouco mais atrás :-)



E hoje foi ficar por aqui mesmo.
A introdução demorou mais do que inicialmente estava prevista mas teve que ser.
As fotos são muitas, por isso... até mais tarde.

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