29 dezembro 2010

Angola - #5.1

Y, finalmente, la continuación!
(em espanhol não parece tal mal dizer que já se passou mais de um mês desde a última entrada desta crónica por terras africanas...)

Tinha ficado por terras do "pequeno lobo". Lobito, para ser correcto!
Depois da francezinha em Benguela, a noite foi passada n"O Navegante". É um hotel antigo, com uns quartos enormes (acho que o maior em que alguma vez estive!) mas com uma decoração "pesada e cansada", em veludos vermelhos.
O despertar foi abrupto. Às 8 da matina, os chineses começaram a abrir uma rota no passeio, com martelos de pressão.
Às 9:30, quando saímos do hotel (neste dia saímos "tarde"), já tinham a rua aberta de ponta-a-ponta.
No final do dia, imagino, já deviam ter tudo fechado outra vez (se fossem portugueses, ainda hoje o passeio estava esburacado!... ;-)



Começamos por aproveitar a manhã para conhecer um pouco melhor Lobito. Circular um pouco pelas suas ruas principais. Conhecer a última morada angolana da Mónica, antes de ter que correr, a fugir da guerra que por ali atingia o seu ponto crítico, em 75...
Às vezes é melhor nem conhecer!... Descobrir como está agora, aquilo que já foi outrora um prédio tão chique, tão cheio de estilo!...
Não, desse não coloquei aqui o registo fotográfico. Ainda me faz confusão o cheiro que se sentia, no interior do carro, quando estacionados à entrada do mesmo...
Ficam antes alguns pormenores da paisagem urbana.

O que é isto?
Um comboio de estrada, com rodinhas minúsculas, matrícula portuguesa,com o nome de um prato mexicano (Guacamole) e à sombra de um cartaz publicitário a um banco com o nome mais intrincado que já alguma vez existiu (Banco Caixa Geral Totta de Angola)???
Não sei!  ;-))


Na fotografia seguinte aparece uma escola. Sim, uma escola.
Não tem portas nem janelas, mas também não precisa porque não tem paredes para o exterior.
Na realidade até as tem, mas não na sua versão mais normal. Estas são "abertas", tipo rede.
Assim respira-se melhor!


Um comboio dos Caminhos de Ferro de Benguela.
É aqui que começa a linha mais conhecida de Angola e que percorre cerca de 1700 km pelo continente africano, até à Zâmbia, atravessando a RD do Congo.
As linhas férreas, que estão a ser recuperadas pelos chineses, é que não me parece que venham a ter a mesma durabilidade da versão original... não sei porquê!...



Um dos stands de venda junto à vala do Kassai e mangal do rio Catumbela.
Este era de material de pesca (redes de crustáceos, aparentemente), mas há por lá de tudo, numa imensa feira ou mercado de rua, sempre junto ao mangal e à linha férrea.


Os pobres dos flamingos, actualmente em extinção.
Ao longe, muito longe, ainda se percebem cerca de duas ou três dezenas destes belos pássaros de longas pernas.
 (aproveito para relembrar que se clicar em cima das fotos abre uma nova janela com a fotografia em tamanho maior - é preferível clicar com o botão direito e abrir a imagem num novo tab ou nova janela).
Estes mangais já foram conhecidos, no tempo da outra senhora, pelo imenso bando residente de flamingos, mas os quase 30 anos de guerra e a poluição que teima em não desaparecer, estão a conduzi-los rapidamente à extinção.
Pena? Claro. Muita!...


Em Lobito, centro, ou baixa, o ambiente que se vive é mais próximo de uma vila costeira portuguesa do que o de Luanda.
As casas, na sua maioria, são do final dos anos 60, inícios de 70, do tempo da ocupação portuguesa.
À excepção das cores, que tendem para o "vistoso", em algumas esquinas tem-se a nítida impressão que se podia estar em Portugal!...
É que nem os buracos no asfalto estão a faltar.  ;-))


Em Lobito também existem os candongueiros, mas são os táxis de duas rodas que por ali são mais utilizados.
Como o trânsito é muito mais reduzido do que em Luanda é mais fácil de arriscar (a mim não me viam a andar de moto em Luanda!!) e as motoretas - chinesas, é claro! - são às centenas.
Reunem-se junto dos centros de comércio e por 10 ou 20 kwanzas transportam uma pessoa à pendura, normalmente carregada com todo o tipo de carga.



Para fechar a "manhã" deste longo dia, que irá terminar em Lubango, o registo de um "ponto digital", este, o Studio Butica.
Encontram-se por toda a Angola, tanto nas grandes cidades como nas aldeias mais recônditas.
Chega a ser impressionante!
Internet, fotocópias, fotografias, digitalizações... É só pedir.
Não é suficiente, pois ainda não é educação, mas fazer chegar a informação à população é já um passo de gigante para o desenvolvimento...

11 dezembro 2010

Seguindo as capelinhas MinhoTTas

Há que recuperar o tempo perdido...

Embora não pareça (...), foi há já quase dois meses, num fantástico sábado de sol, que fiz o último passeio fora-de-estrada com os amigos do Clube Audio-TT.
O percurso, definido pelo Zé Rui, e organizado em conjunto com o pai, Rui Martins, estava à medida: com uma paisagem e envolvência do melhor e dificuldade TT-QB, ou seja, na sua generalidade era bastante simples, mas com algumas dificuldades para apimentar a coisa.
O convívio, esse, já nem vale a pena falar muito. Excelente!

Ficam as fotografias feitas no dia, apresentadas desta vez num formato diferente, em slideshow.



Aproveito para colocar também aqui um filmezinho realizado pelo PAS, onde a pequena grande máquina, Pajero Pinin, tem os seus 10 segundos de estrelato.
;-))

04 dezembro 2010

Cai neve na Cabreira

Há que quebrar a crónica. Interromper o quente de África com o fresquinho nacional.

Hoje de tarde deu-me para sair e... ir andando. Coisa rara, nos dias que correm.
A meia dúzia de quilómetros de casa já vi neve. Lá longe, é certo, mas vi neve!
Para quem estava a rolar sem destino, aquele branco teve um efeito de atracção.
E para lá, para norte, foi para onde me dirigi.

Como já tinha saído tarde, sem destino, acabei por chegar a Vieira do Minho depois das 4 e meia, já o dia estava a terminar.
Ainda assim, avancei mais um pouco e comecei a subir a serra da Cabreira, que juntava aqui as cores frias do Inverno com os tons quentes do Outono.



A tarde estava a terminar e o gelo na estrada, pelo contrário, começava a formar-se.
Uma camada altamente deslizante, que tornava perigosa a progressão.
Mesmo com as quatro rodas motrizes, bastava acelerar um pouco mais para o carro se atravessar.
Mas é nestas condições difíceis que se consegue verificar o efeito das diferentes "posições" da transmissão do Pajero Pinin.
Há portanto que brincar!
Só com as rodas de trás a "empurrar" quase não se mexe. Aliás, do sítio onde se vê parado nas fotos seguintes, não se mexeu mesmo. Enterrou, e depois nem para trás, nem para a frente.
O que funciona bem aqui é o bloqueio do diferencial central. A diferença é brutal! Quase que parece (quase!) que o carro já não está a andar sobre gelo. Impressionante!



Mas havia. Havia gelo, e muito!
Estava na hora de sair dali. Não era recomendável cair a uma valeta, a anoitecer e sem outro carro para ajudar.
O Barroso, amigo do Áudio-TT, tinha, coincidentemente, acabado de se cruzar comigo e tinha precisamente a mesma opinião: já não havia muita neve e o gelo estava a ficar perigoso.
Mas enquanto durou foi engraçado. Até ao próximo nevão;-)