31 março 2009

A sul do Cávado e do Rabagão - 2

As paisagens, a leste da Cabreira, mudam bastante.
Não perdem beleza, apenas se alteram.
Por terras de Alturas do Barroso, e mais junto à albufeira do Alto Rabagão (ou de Pisões), há uma zona mais planáltica, bem diferente dos picos pedregosos que tínhamos acabado de atravessar.


E estava na altura do almoço.
Aliás, bem na altura!
Previsto para tarde, foi já perto das 3 da tarde que nos sentamos à mesa. Nada de especial, mas a fome já apertava.
;-)

A grande curiosidade, à chegada ao restaurante na aldeia de Vilarinho Seco, eram os carros que lá estavam estacionados, e mais ainda o que estava à porta.
Um Aston Martin, que todos ficaram a admirar...


O restaurante, já conhecido de muitos dos elementos do grupo, não fazia parte do meu rol de conhecidos. Mas em boa hora passou a constar!
Primeiro, a casa em si. Muita pedra, a condizer a cem por cento com o ambiente.
Segundo, e mais importante, a comida.
Nitidamente confeccionada com produtos locais, tem um sabor... bom!
O sabor que os produtos, quando colhidos recentemente e produzidos naturalmente, têm. Muito bom!
Um cozido à portuguesa de qualidade!


À saída do restaurante ainda aproveitamos para mais duas de letra.
É que se ninguém tinha dúvidas da qualidade do cozido, também ninguém tinha dúvidas do peso que este provoca, logo após a refeição.
E lá ficamos a "giboiar" um pouco...

Vilarinho Seco é uma pequena aldeia de montanha, mas que tem motivos suficientes para uma visita um pouco mais prolongada.
Com algum cuidado para não pisar as muitas bostas de vaca, por todo o lado espalhadas e que dão um aroma tão característico ao local ;-), há por ali temas que dariam para um fotopaper.
:-)


Mas o caminho é feito para a frente e, neste caso, também para baixo.
Muita pedra, a trazer mais dureza.
Que forma formidável de compactar o conteúdo do estômago!
;-)


Muita pedra, em caminhos estreitos, que levam a recantos que valem muito a pena conhecer!


Mas estes percursos para o Pinin são complicados.
Costumo dizer que o Pinin tem de ser conduzido por trilhos diferentes dos utilizados por todos os outros carros.
No entanto, nestes caminhos estreitos, as opções não são muitas. Meio metro para um lado, meio metro para o outro, e é tudo. A escolha das pedras por onde as rodas passam é crucial.
Ainda assim, as protecções rasparam em duas pedras.
Mas elas estão lá para isso mesmo!


No caso de carros mais largos a folga é menor, ou mesmo inexistente.
No entanto, a maior largura também costuma "trazer" maior altura.
Assim, para eles a dificuldade está em passar lateralmente e não por cima...


Estes foram uns troços muito interessantes.
Caminhos pelo meio dos campos, entre muros e com muita água.
Gostei muito de os fazer!


No final destes troços, mais uma paragem para reagrupamento.
Um esticar de pernas necessário, depois dos muitos saltos dados nos últimos quatro ou cinco quilómetros... ;-)


E estava praticamente no final.
O troço da tarde era bastante pequeno, bem à medida do que tinha sobrado da tarde.
É que já estava a ficar noite...


Embora com uma qualidade, no mínimo, duvidosa (mas daquelas que ninguém duvida ;-), coloco aqui uma foto de uma das imensas queimadas que passamos ao longo do dia.
Este foi o dia anterior a ter-se iniciado alguns dos maiores incêndios do ano, nomeadamente no Gerês.
Assim não admira!!
Um pouco mais à frente, na estrada de Boticas, ligamos mesmo para o 117, a informar que estava a arder junto à estrada. Foi a primeira vez que fiz isto, e pareceu-me que os serviços funcionam muito bem. Já sabiam que estava a arder naquele sítio e a resposta demorou apenas meio minuto.


E pronto, chegamos ao Castro de Carvalhelhos, praticamente o final do passeio.
O Gonçalo, como praticamente o pessoal todo, saiu para esticar as pernas mais uma vez.
Bem, no caso dele foi mesmo dar umas grande corridas. Passar um dia inteiro fechado dentro de um carro, no banco de trás e aos saltos, não é propriamente uma ideia de diversão para ele :-)



Daqui ainda seguimos até à estrada nacional, que vem de Salto e passa em Boticas e, como é também costume, terminamos com os restos do lanche da manhã. Uma sande mista e uma água, antes de rumar a casa, sabe muito bem!

Mais uma vez, os meus agradecimentos a todos os presentes, pela companhia, e em particular ao Rui Martins pela organização de mais este evento, em grande!

30 março 2009

A sul do Cávado e do Rabagão - 1

Sábado, 14 de Março.
Um dia de sol e temperatura muito agradável, como se fez sentir durante praticamente todo este terceiro mês do ano.
O destino, percorrer uns trilhos marcados pelo Rui Martins nas serras da Cabreira e Barroso, em mais um passeio do Clube Audio TT.
O ponto de encontro voltou a ser nas Cerdeirinhas, junto à nacional Braga-Chaves, antes do desvio para Vieira do Minho. Um ponto de fácil acesso para todos (já no tempo da truta, era lá que parávamos para lanchar, antes de rumar a casa)


Desta vez, o número de participantes era grande, onde três dos carros eram novos nestas andanças: um Jeep Wrangler, um Cherokee e um Pajero "autocarro".
O Wrangler vermelho, do Paulo, amigo da Mónica, foi comprado recentemente para estas aventuras e, embora já tivesse feito uns pequenos troços em terra, iria fazer aqui a sua estreia ;-)

E que bem que se portou!
Embora não tivessemos feito nenhuma dificuldade mais séria, alguns dos troços do dia eram bem trialeiros, com muito mão-de-obra necessária.
O Paulo esteve muito bem, pelo menos por aquilo que deu a perceber.
Parabéns! Para a próxima lá nos encontramos novamente :-)


A paisagem, essa, é fantástica!
A Cabreira nestes dias de sol limpo mostra toda a sua beleza, com o Gerês em fundo, e as barragens da Caniçada e da Venda Nova lá "em baixo".

Alguns dos locais ficam definitivamente na memória.
O das fotos seguintes lembrava-me de lá ter estado há uns anos, num dia de nevoeiro, sem visibilidade nenhuma.
Os muros de pedra, um portão, e dois cavalos brancos são o suficiente para activar algumas ligações neuronais e fazer recordar bons momentos passados!


A pequena grande máquina, o Pinin, e como é costume, esteve sempre à altura.
:-))
Com a Mónica e o Gonçalo, fez tudo "a brincar", embora tenha roçado algumas vezes com as protecções, principalmente nas zonas mais pedregosas, mais para o final do passeio.
Nada de especial, tendo em consideração os grandes penedos e buracos que por vezes passávamos, e que faziam a Mónica agarrar-se de tal maneira que ficou com os músculos doridos no final do passeio ;-)


Uma das alturas em que a Mónica mais se assustou foi quando circulávamos atrás do Pajero "das meninas".
É que por vezes os sítios ecolhidos para passar não eram os mais "recomendáveis" e as rodas traseiras iam... lá para cima. Como quem estava com a função de fotografar era a Mónica, não há exemplos destes "levantar da patinha"...
Pena!


E se por vezes a paisagem mostra a sua dureza pela secura, em outras, e quando atravessamos alguns vales, a paisagem tornava-se mais verdejante.
Mas não muito, é curioso!
As cores da Cabreira, mesmo às portas da primavera, mais parecem de meio do Outono, com a queda da folha.


E precisamente na apanha da folha estava um grupo grande de pessoas no parque de Linharelhos, onde paramos para o reforço da manhã.
As folhas eram apanhadas e queimadas de forma a manter o chão livre, e para que a verdura da erva rasteira pudesse despontar!
O ambiente criado com todo aquele fumo era muito curioso. Parecia nevoeiro em dia de sol. ;-)


E lá continuamos, numa toada cada vez menos serrana, à medida que nos afastávamos dos picos da Cabreira.
Agora sim, algum verde.
No entanto, a dureza estava lá, em forma de pedras, calhaus, penedos...


E se nos tínhamos afastado do picos durante um pouco, eis que lá estávamos nós novamente.
É que nem o nome deixava enganar, quando passamos pelas "casas serranas".
:-)
Aqui, num ponto de reunião, dos muitos que fizemos ao longo do dia, e que o pessoal aproveita pra pôr a "treta" em dia ;-)


E se da parte da tarde é que estavam previstos os trilhos mais estreitos, antes do almoço já tivemos umas amostras...
Passagens estreitas, entre muros, e com pedra solta no piso, faziam com que todos tivessem que passar com mais cuidado para que a pintura exterior se mantivesse em condições.
Nada de assustar, excepto à minha co-piloto... :-))


Nada de assustar, mas os cuidados, esses, nunca são de mais.
Em uma das vezes parei mesmo para afastar um grande calhau que tinha rolado para o meio, depois do carro que ia minha frente passar.
A Navara, alterada em termos de suspensão e jantes, estava tão avantajada lateralmente, que roçava em muitas pedras laterais, fazendo-as rolar para "dentro".
A Mónica é que gostou do estilo dela. Larga e com uma rede no lugar da tampa traseira.
Parece que se pudesse escolher, seria uma destas para ela ;-)



O Hélder, que não ia ao volante do seu Defender naquela altura, saiu para me ajudar a retirar um tronco que tinha dobrado e batido na embaladeira do lado direito.
Um tronco safado! ;-)
Se o Pinin, pela sua pouca largura, passa em quase todo o lado com facilidade, não deixa de ser interessante ver alguns carros maiores a passar em sítios estreitos. Onde eu passo à vontade, alguns têm que fazer manobras.
Os carros pequenos sempre têm as suas vantagens ;-)


E hoje fico-me mesmo por aqui.
A caminho do almoço, com uma das muitas fotografias que o Gonçalo tirou.
É muito engraçado perceber, através das fotos, os pormenores que ele vê.
Houve uma altura em que andou a tirar fotografias às rodas de todos os carros...
Aqui, aos pais "malucos", que o trazem para estes sítios, lindos do nosso Portugal!
:-))

27 março 2009

Aventuras Experimentais

Estas coisas estão sempre a melhorar!
Mais e melhores formas de criar e de mostrar continuam a aparecer.
Agora é o slideshow da base de dados que utilizo com mais frequência, o Photobucket.
Aqui deixo, ainda sem crónica, as fotos do meu último passeio TT, no dia 14 de Março, algures entre Vieira do Minho e Carvalhelhos.

23 março 2009

Xassus Folgosus

Este período do ano tem sido profícuo em actividades ofe-roude, desde a mais soft à mais dura.
No domingo, 8 de Março, foi uma das mais duras, para o corpo, embora das mais despreocupadas para o espírito!

Num descampado mesmo em frente à igreja de Folgosa, Maia, o Moto Clube do Porto organizou mais uma das suas provas de pequenas máquinas zumbidoras e fumegantes, denominadas Xassos. Motorizadas, até 50 cm cúbicos, matriculadas até 1990.
Esta foi a primeira prova do ano, em terra, e eu fui convidado pela Tio Tosta Team, a experimentar esta incrível competição ;-)


A máquina da equipa, uma Yamanha DT, de 85, é o protótipo da verdadeira máquina!
Totalmente de origem, estava nos trinques!
É só meter gasolina e tá a andar ;-)


Como se denota pelas fotos seguintes, o stress vivido no espaço das boxes era altíssimo.
Corría-se e saltáva-se, de forma a que tudo estivesse preparado quando fosse dado o sinal de partida.
:-)


E com toda essa correria, já era tempo do briefing inicial, dado pelo director de prova, Sauros.
O apelo principal foi mesmo: divirtam-se, em segurança!
É que o objectivo destas provas é mesmo esse, a diversão, deixando de lado a componente de competição. É impossível, eu sei, e deu para confirmar isso mesmo ao longo da prova...


O início da prova, à Le Mans, reuniu um pelotão pequeno mas entusiasmado.
O alinhamento dos chaços na "recta da meta", bem em frente ao posto de controlo (manual) da contagem de voltinhas.


Dado o "tiro" de partida, aí saem os pilotos a correr...


... e a arrancar!
(de notar o fogo a sair dos escapes ;-)


O Tosta, o manager da equipa, foi o primeiro a rodar durante os 20 min programados para cada piloto.
A táctica da equipa era à prova de fogo, para esta longa prova de 3 horas.
Aqui em grande estilo ;-)


Uma rápida troca de pilotos...


... para o nosso segundo piloto, o Francisco, aqui em demonstração da sua grande experiência.
Sempre certinho, como mandam as regras... da boa educação :-))


E depois... o piloto que se segue... quem mais?
Aqui o je!
Moi memme!
Para uma primeira experiência, acabei por entrar num ritmo aceitável (penso eu ;-) ao fim de algumas poucas voltas.
É que não havia um método muito eficaz de comparação. É que se a equipa que ganhou era constituída por pilotos de motocrosse, e estavam a léguas à minha frente em termos de pilotagem, os restantes estavam... cá para baixo, principalmente devido às montadas.
A grande excepção era mesmo o Vasco, na sua pequena scooter, que também passava por mim a bufar ;-)


Mas o estilo está lá!!!
:-D


E o apoio do público não faltou!
Fica o registo do entusiasmo vivido durante a prova.
(obrigado à meninada ;-))



E depois... a arma secreta da nossa equipa, recrutado em segredo e à última hora.
O Osaga, que acabou por provar que, afinal, o facto da nossa equipa não andar ao ritmo dos mais rápidos não estava na moto, mas antes no kit de unhas dos pilotos (ou na falta dele ;-).


Um reabastecimento com os 4 elementos da equipa a ajudar.
Ainda assim, pareceu-me que mais de metade da gasolina que saiu do jerrican foi regar a relva ;-))


E foi já no final que a nossa valiosa montada sofreu a sua maior privação.
Uma vez que a nossa equipa acabou a prova num mais do que honroso segundo posto, o motor teve que ser aberto para confirmar da legalidade do cilindro e carburador.
Durante 25 anos nunca tinha sido aberta e foi neste fatídico dia que o teve de ser!...
Afinal, parece que há bens que vêm por mal ;-)


Um dia bem passado, animado, em ambiente de competição.
O meu (grande) agradecimento ao Rui Tosta pelo convite para este ensaio de pilotagem.

Como recordação da dureza, ainda tenho hoje, passadas duas semanas, um punho esquerdo meio dorido, resultado duma coisa que nem sequer era suposto fazer, mas que não consegui evitar: apertar a embraiagem durante as passagens de caixa.

Óh pra mim em cima do pódio (improvisado em cima dum atrelado dum semi-trailer), com o nosso grande presidente a fazer a entrega dos respectivos troféus.
;-)