27 abril 2010

Sai da frente pinheiro, que eu vou matar-te!!

E foi em grande espíriTTo de liberdade, e por terras da reforma agrária, que vivi este fim-de-semana, do 25 de Abril de 2010.

Onze sócios do Moto Clube do Porto, e quatro acompanhantes femininas, deslocaram-se às planícies de Alter do Chão para aprenderem as melhores técnicas de condução em fora-de-estrada em motos Trail, num curso organizado pelo MotoXplores.
Para a maioria, a deslocação para a herdade do Monte Redondo foi feita ainda na sexta-feira, tendo-se realizado uma paragem à saída de Abrantes para um belo e animado repasto. Chegados ao local já perto da meia-noite, e tratadas as normais formalidades hoteleiras, rapidamente fomos descansar, uma vez que o dia seguinte previa-se fisicamente “puxadote”…


Começamos a formação de condução sentados, não nas motos…, mas em belos cadeirões antigos, de pele, onde nos foi feita a apresentação genérica do curso, dos formadores e das primeiras técnicas e aspectos relevantes à condução fora-de-estrada. Por exemplo, foi-nos explicado que o curso pretendia transmitir as melhores técnicas para uma condução equilibrada e relaxada e não no sentido de competição “à la” Hélder Rodrigues.

Mas não era estando encerrados numa sala que iríamos aprender a conduzir melhor! Junto às motos, começamos por realizar os necessários ajustes à pressão dos pneus, à inclinação dos guiadores, e outras adaptações à montada, necessárias para a condução em fora-de-estrada, tão diferente da condução em estrada.
A saída para a pista “relvada” fez-se com todos já cheios de vontade de aprender as apregoadas técnicas de equilíbrio para não deixar tombar as nossas big Trail, nos piores estradões dessas serras e vales…
Como? Não deixar cair? Claro que ela vai cair. Mais tarde ou mais cedo, vai cair. É garantido!!
Assim, a primeira coisa que há a fazer é aprender a levantá-la!
Que linda visão que ocorreu naqueles 5 min: uma verdadeira “plantação” de big Trails, todas deitadas num pasto alentejano. ;-)
E foi precisamente aqui que tive o único problema “mecânico” do fim-de-semana: a Transalp, que já tinha tombado umas dezenas de vezes sem estragar nada (já estava habituada aos maus tratos, portanto!) não gostou de ser “pousada com miminho” e… lá ficou com um espelho estalado. Ele há coisas!...


E há que fazer “figuras”, num treino mais apropriado para concorrer ao “Carrossel da GNR”.
Só com uma mão. Só com uma perna. Agora com o pé esquerdo no estribo direito…
Isto, sempre às voltinhas em torno da oval campina.
E a posição de “pega de touro”, com o peso todo em cima da perna de “fora”? E não é que resulta mesmo? Aquelas curvas apertadas que até então me pareciam impossíveis, em velocidade super-reduzida, estavam finalmente ao meu alcance. E não só a mim. A todos, mesmo aos menos “cromos”, como passamos a ser tratados. ;-)

O almoço saiu já tarde, pois ainda fomos dar uma voltinha à herdade, mas saiu em bom. Muita “pasta” para a energia voltar aos níveis normais e necessários de funcionamenTTo, e lá voltamos nós aos treinos.
Travar, e travar a fundo, foi uma das técnicas treinadas já da parte da tarde de sábado. Em ambiente controlado, aqueles “riscos” na terra iam crescendo à medida que se ganhava confiança.
Só com a roda de trás (aquela que não serve para parar mas apenas para controlar) e com mais pressão dum lado, e depois do outro, para atravessar para um lado, ou para o outro. Julgava eu que sabia travar em terra, mas aprendi agora a travar de forma mais controlada.
Agora quando cair já vou cair a maior velocidade, pois já sei travar melhor e o limite do “Ai fod#-%& !!” (os termos que nós aprendemos!-) já está bem mais avançado!!
;-))

No final do dia, já com o sol a pôr-se ao fundo da planície, fomos fazer um percurso fantástico. O Alentejo está verde e florido. Lindo e perfumado!
Fazer alguns single-tracks entre flores amarelas, azuis e brancas é uma das imagens que mais me ficou na retina.
Usando muitas das técnicas que aprendemos durante o dia foi uma verdadeira curtição. É que a técnica, quando aplicada devidamente, vale de muito!
Cansados, mas muito satisfeitos, chegamos ao final do dia!
Depois do jantar ainda houve tempo para uns jogos de cartas, para uns, de bilhar para outros (dominado por um certo “cromo da bola e do taco”, moi même! :-)) e para a visualização, a muuiiitoo baaaiixaa velocidade ;-), de alguns filmezinhos realizados durante o dia de treinos.
Xix’i cama”, que amanhã há mais…

Completamente formados e equipados a rigor, lá estávamos nós prontos a arrancar à hora marcada.
Deste último dia destaco o treino de inversão de marcha em subida íngreme, sem esforço. E repito, sem esforço, pois foi disso mesmo que se tratou. É que deixou de ser uma coisa verdadeiramente assustadora (porque o era, para mim, até então!) para uma coisa relativamente simples.
Destaco também a subida íngreme (íngreme mesmo!) em inércia. Chegar ao topo e parar para permitir visualizar os obstáculos à frente, que antes estavam escondidos.


Enfim, um fim-de-semana de muito saber adquirido, que valeu muito a pena!
No final, e resumindo, para todos os que lá estiveram fica a grande máxima:
“Olhar para a frente e dar gás!”
E não é que resulta?
;-))

Parabéns aos quatro formadores da MotoXplores, e em particular ao Carlos Martins pela excelente “finesse” com que nos formou durante o fim-de-semana. Além de um grande, enorme, domínio da máquina (uma BMW HP2), demonstrou ainda uma grande capacidade de transmissão da mensagem, nem sempre fácil neste domínio.


E de lá saímos nós, com um diploma de “excelente desempenho” conseguido!
Estão também assim de parabéns todos os participantes do curso, em particular os dois elementos femininos, a Fina e a Catarina, pelo grande empenho e vontade demonstrada.
Voltamos cheios de vontade de experimentar as novas técnicas já no próximo passeio para Trails do MCP.
E não é que é já aí ao virar do mês, no dia 9 de Maio?
Bora lá?
;-)

10 abril 2010

Pinin em resposta

Aproveitando uma resposta a uma mensagem que foi colocada aqui no Aventuras Blogais (na forma de comentário), deixo um post "de texto" com mais uma apreciação sobre o Pajero Pinin.
Uma apreciação muito objectiva, é claro!!
;-)

CA:
Olá!
De facto o teu site é o maios completo sobre o pinin.

Caro Celso,
Quando comprei o Pinin não havia quase nada na net sobre ele.
Neste momento já há muita coisa, desde filmes a descrições de utilização.
Agradeço o comentário sobre o meu blog.
 ;-)

CA:
Fiz um percurso jipesco samurai 1000 - jimny 1300 - jimny canvas top 1300. Gosto muito dele por ser pequeno, altinho e cabrio. Mas tentaram-me para troca-lo por um Pinin. O Jimny tem redutoras, trancando apenas o diferencial central. Em dificuldades patina uma roda por eixo. Ao que percebi isso nao acontece no Pinin.

O Jimny é realmente um carro muito diferente do Pinin.
Cheguei a andar com dois 1300, alugados, em Cabo Verde, está quase a fazer 10 anos...
Gostei muito do pequeno Suzuki, mas quando testei o Mitsubishi Pajero Pinin, dois anos depois, percebi que é "muito mais carro".
A diferença de motor fá-lo "disparar" em relação ao Jimny.


Em termos de TT, o Pinin tem o mesmo sistema de transmissão dos irmãos mais velhos, Pajero, o que significa que não há melhor!
Tem 4 posições: só tracção atrás (o que torna o carro muito mais divertido para uns drifts ;-); com tracção às 4 rodas, em altas e diferencial central "solto"; 4 rodas-altas, com bloqueio central; 4 rodas-baixas, com bloqueio central.

CA:
Tu consegues eficazmente em redutoras ter as 4 rodas a puxar efectivamente?

Com o bloqueio central consegue-se distribuir, de forma fixa, 50% da potência para a frente e 50% para trás.
Não tem bloqueio atrás (como o Pajero 2800 - e a partir daí - tem) mas já se safa muito bem na maioria das situações.

Para TT tem um problema principal, que é o facto de ser baixo, e daí não há grande volta a dar...
Se leste as minhas análises, o meu está subido em 3 cm na suspensão (molas e amortecedores) e com os pneus consigo mais 3 cm, o que resulta numa grande, enorme, diferença, mas continua a não ser minimamente comparável, por exemplo, a um Vitara preparado "em altura", como já vi alguns, com 20 e tal cm de incremento...
Na volta, consigo ter um carro equilibrado, que funciona muito bem no dia-a-dia, que é 90% da utilização que lhe dou.

CA:
O chassis é monobloco, ou chassis + carroceria?


É monobloco, como a grande maioria dos novos carros TT, como por exemplo o Pajero e o Discovery, que têm grandes prestações em fora-de-estrada.

CA:
Em termos de consumos, a diferença eh um bocadito, pois o meu faz cerca de 8 litros.

Sim, é verdade!
E quando começares a andar com ele vais ver que não consegues fazer os consumos que eu faço e que registei no blog.
Como o carro anda muito mais do que o Jimny, ... apetece andar mais ainda! Só que isso ressente-se, naturalmente, nos consumos, que conseguem facilmente chegar aos 11/12 L/100 km.

CA:
Sei que és apaixonado pelo teu carrinho, mas gostava de ter uma opinião, para além do que li. Tipo despesas de manutenção e aventuras com os injectores.

Com despesas... para já não me posso queixar muito.
A manutenção é a normal de um carro... normal.
A última revisão que fiz, dos 90 mil km, levou velas (que são especiais e bem carotas!), óleos e filtros, e na próxima vai mudar correia de distribuição.
Tenho ainda o cuidado de pedir sempre na revisão para fazerem uma limpeza, com spray apropriado, da cabeça e injectores.
O mecânico que me fez o serviço (o Guilherme, da X-Ray, aqui em Alfena) disse-me, desta vez, que nem seria necessário, pois estava tudo muito limpo, sem qualquer crosta de carvão (e esse é um problema dos motores de injecção directa)
Nada de especial, portanto, até porque nunca estraguei nada em TT. Mas claro que pode acontecer!...

CA:
Já agora ... parabéns pelo site.

Já agora, obrigado!
;-))

02 abril 2010

TransPisões I

Sábado, 13 de Março.
Com um sol extremamente agradável, mas com um frio de rachar!, chegamos a Montalegre.
Às 9:15 já estávamos a parar numa confeitaria local para o segundo pequeno-almoço.
A manhã previa-se looonga, para este que seria o primeiro passeio fora-de-estrada do Clube Aúdio-TT de 2010. A hora prevista da partida era às 9:30 e a de chegada, para almoço, às 16:00  :-O


Depois do já habitual breefing, eu e a restante famelga lá partimos, a bordo da "pequena grande máquina", Pajero Pinin.
Eramos parte integrante de uma longa caravana, formada por 19 carros equipados para os maus caminhos.
E de maus caminhos se tratavam!...



Mal entramos no primeiro troço de terra e a caravana teve que parar devido a um atascanso.
Foi apenas o primeiro de muitos do dia, e também o primeiro de muitos a que eu não assisti e portanto não registei fotograficamente.
Pena!... ;-)


Uma das dificuldades do piso era a lama.
Uma lama pesada, que em alguns sítios era clara, mas na sua maioria era escura, preta mesmo.
O "peso" fez-me lembrar da lama que havia no Alvão, quando por lá passei há um mês, de Transalp.
É o que o gelo e a neve derretida provocam...
Aqui fica uma imagem fraquinha, mas que mostra um pouco de gelo, que deve ter-se mantido por derreter naquele dia.


E a laminha mantinha-se...
Sem dó nem piedade, e quase no alto da serra entre Montalegre e a albufeira de Pisões, um grande lamaçal voltou a fazer estragos.
Mais uma vez não consegui ver o atascanso, mas foram vários os carros que tiveram dificuldades em atravessá-lo. É que muitas vezes, depois de passarem os primeiros carros, a terra vai amolecendo e tornando cada vez mais difícil a transposição.


Mas nós passamos, e como íamos no grupo à frente, naquela altura, fomos também dos primeiros a parar para o reforço da manhã.
As já tradicionais sandes mistas, acompanhadas por sumos, souberam às mil maravilhas, mas mais ainda caiu o café e o Favaios.
Naquele fresquinho matinal é uma receita que sabe tão bem!!
;-))


As paisagens Montalegrenses continuvam a deslumbrar!
Nesta altura do ano, de (quase) início de Primavera, o verde está intenso e a atmosfera, com o frio e as chuvas dos dias anteriores, não tem qualquer poeira a impedir a passagem da luz do sol, o que permite imagens cheias de brilho e de cor.
Ah, e então se a isto juntarmos um carro bonito!...
;-))


 Mas nem só de água e lama se faziam as dificuldades.
As valas profundas, ou regueiras, também causaram problemas.
Sensivelmente a meio do percurso pelo menos três carros, que eu tivesse visto, cairam a estas valas de mais de meio metro de profundidade. Tiveram mesmo que ser "salvos", à mão ou com a ajuda de guincho.
O António, com o seu Pajero, foi o primeiro a ficar preso...

 

E enquanto uns iam sendo "salvos", outros iam admirando a paisagem!
;-)


Mas depois de uma paragem para colocar a conversa em dia, lá avançavamos, até porque a hora (normal) de almoço já tinha passado e o estômago já começava a roncar novamente...
Aqui a "verdadeira antítese" do Pajero Pinin: dois Patrol completamente elevados e artilhados.
Maquinões!


Mais uma grande dificuldade do dia: as àrvores e ramos caídos nos trilhos.
Na primeira fotografia o Rui Martins, de serra em punho, a libertar a passagem, que foi uma coisa que já tinha feito antes, até em maior número, no reconhecimento.
Na imagem seguinte, a nova aquisição do Pedro Luís, um Terrano II, que até aí estava impecável, a passar nuns trrchrrriiiiiii......
Acho que nunca tinha feito um passeio que tivesse riscado tanto a pintura como este...
Eu disse riscado? Queria antes dizer:
Criado marcas de personalidade na pintura do Pajero Pinin!
;-))


E por hoje fico-me mesmo por aqui, perdido no meio do mato e das ramagens.
É que se trouxe muitos riscos na pintura, também trouxe muitas fotografias, o que torna a selecção extremamente complicada!...
;-)
A continuação em breve.