20 agosto 2011

Angola - #6.5

(depois de ter iniciado este post há quase 4 meses - sim, quatro - finalmente a publicação)

Não, não Virei. Podia, mas não Virei.
Não Virei à direita, nem Virei à esquerda.

O objectivo era chegar a Lubango e o caminho a seguir era em frente.
Curiosidades no meio do deserto... ;-)


Outra curiosidade desta estrada, surpreendente até, foi o comportamento dos camionistas.
Se nos dias anteriores, e devido à enorme, imensa, quantidade de camiões acidentados na beira da estrada, tinha ficado com a impressão de que seriam todos condutores "da pior estirpe", nesta viagem percebi que talvez não fosse tanto assim...

Na imagem seguinte, um camião de carga aparece com os rodados esquerdos para lá da linha contínua.
Pode parecer à primeira vista uma coisa errada, mas até nem o é.
Foi feito propositadamente pelo condutor de forma a evitar um problema com consequências normalmente desastrosas: a ultrapassagem em sítios perigosos.
Logo à frente, no cimo daquela pequena colina, havia uma curva apertada à esquerda e o camionista, nem que eu quisesse, não me deixava ultrapassar.
Mal passamos a curva, voltou "à mão" e deixou-nos passar.
Mas este era um dos bons!...



Meia dúzia de quilómetros à frente voltei a mudar radicalmente de ideias...
Numa curva à direita e, felizmente, com (alguma) visibilidade, aparece-nos de frente um camião... a ultrapassar outro.
Bloqueio de rodas, grande atravessadela, muito fumo,... e lá passamos, bem adrenalinizados e bem encostadinhos à berma...
Uma aventura contínua estas estradas!

Mas tudo isto passa ao lado da população local.
A calma reina por estas bandas.
Qual Alentejo, embora não tão quente nesta altura do ano, por Renato Grade há que procurar o "chaparro" mais próximo!



Ah, a cultura!
As visíveis e abissais diferenças de cultura que nos transportam para além da Taprobana.
O trajar e viver do povo himba são completa e totalmente diferentes dos nossos.
Aliás, são completa e totalmente diferentes da maioria da população angolana, que actualmente se concentra em torno das principais cidades.



Mas também temos a cultura à venda, na beira da estrada.
Estávamos já perto da Leba... ao quilómetro 121 depois de Namibe, para ser mais preciso ;-)
O batuque é, aparentemente, o que está com maior saída.
Mas estas coisas não me dizem nada...
Do outro lado da estrada havia fruta. A pequena e super-doce banana ouro, ou banana macaco, é a minha preferida.



A escalada da serra é tão ou mais espectacular que a descida.
Aquela parede de 1 km de altura, que se começa a avistar à distância, impressiona qualquer um!...




Chegamos a Lubango ainda cedo, por volta do meio da tarde, mas o passeio do dia ainda não tinha terminado.
Havia que ir conhecer um dos pontos mais altos da viagem...
Tínhamos que passar bem perto da cidade e aproveitei para registar o casario, com o Cristo Rei "lá em cima", quase no topo da serra da Chela (a 2100 m quase não se percebe...), a reger as tropas.



Mas alto, alto, é a Tundavala.
Lá de cima, dos seus 2250 m tem-se uma vista que se proloooonga.
Parece que estou constantamente a repetir-me, mas é mesmo assim: as escalas aqui são absolutamente... fora da escala.
Basicamente, a Tunda...vala é uma estreita fenda da parede (granítica?), que se prolonga até à base.
Estreita... que é como quem diz!...
A fotografia seguinte talvez transmita um pouco da escala da coisa: ao centro da imagem está um pontinho azul, a camisa de uma pessoa...



A vista contrária, da localização do tal pontinho azul.
Daqui já se vê para baixo... lá em baixo... Mais de 1 km em baixo.
Impressionante, mas só para quem lá está. As fotografias não o transmitem!...



Escala de gigantes.
E para isso, nada melhor do que chamar um verdadeiro gigante.
Eu, em tamanho grande!
:-))



Até lá baixo... e mais além!
Pena o fumo das muitas queimadas da época... pois podia ser ainda mais além.





19 agosto 2011

Até já

Último dia por terras do sol e do sul.
Há que acordar cedo e aproveitar o dia. Todo o dia!
Às 7 da manhã, as vistas do quarto.


Para lá do horizonte fica Marrocos...


01 agosto 2011

Serralves em pormenores florais

Pormenores matinais e dominicais.
Mais uma vez por Serralves. Mais uma vez em festa, mas desta vez privada.

Uns Olhares sobre belas flores. Da quinta.
É que nem sequer do jardim são...

Faltam-me as legendas da maioria. Não as conheço pelos nomes...
Conheço o Girassol.



Admito que fiquei admirado com a facilidade com que estas imagens saíram.
Andava eu distraído, atrás da miudagem que, de "cu no ar", coletava todo e qualquer insecto que, por azar, não se lhes fugia a tempo...



Mais uma vez noto que este formato, pequeno, demasiado pequeno, não revela a imensa quantidade de pormenores das fotografias.
Só em grande, gigante, dá para ver os "pelinhos nas bordas" das folhas e caules...
Assim sobressaem as cores e os contrastes, o que já não é mau!



Ah, e conheço estas: flores de nenúfar.
O pormenor do reflexo...


... e o pormenor da iluminação.
Parece, mas é só mesmo parecer, que está iluminada por cima, com um único foco, projectando reflexos rosas para baixo.
Gosto muito deste efeito.