20 dezembro 2020

Angola - #8.8

A caminho de Luanda, aí vamos nós.
Passava pouco das 11 e meia quando arrancamos definitivamente de Huambo.

Esta região central de Angola, planáltica, está bem lá em cima.
Do alto dos 1700 m, descíamos agora, lentamente, por entre afloramentos rochosos e flora tipicamente rasteira.
O primeiro registo, uma curiosidade: colunas naturais, que despontam no alto de um morro, a maior das quais com a inscrição da cerveja de Angola, e de Huambo, a Cuca.


Árvores que se destacam na paisagem. Mato rasteiro. Arbustos.
Pormenores.


E longas, longas retas.
Já disse longas?
Longas, tipo Alentejo, onde até as cores se chegam a confundir.


Mas o que não há no Alentejo são estas típicas cenas.
Mulheres, só mulheres, jovens e crianças, com os seus toscos pilões/martelos de pau, em cima de rochas graníticas.
A triturar, martelar, peneirar, milho ou mandioca, até fazer a fina farinha branca, fubá, base de alimentação da população das aldeias.


Ao longo de toda a estrada, memórias de outros tempos, muito presentes. 
Sempre presentes.
Casas grandes, prédios, destruídos pela guerra.


Mas a renovação já tinha começado e estava em andamento.
Ainda que quase toda a estrada, a EN120, já estivesse terminada e asfaltada, não o estava neste troço.
Passava-se numa pontezinha estreita, metálica, com aspeto militar, mas funcional.


Registo colorido do resultado dos fogos postos, que aqui já tinham passado.
Gostei do aspeto desta imagem, mas este é um assunto a voltar num próximo post.


Era já meio dia e um quarto.
Para quem já tinha arrancado há 5 horas, "apertava o ratinho"...
Paramos no Alto Hama, mesmo junto ao cruzamento com a EN250, que liga Lobito ao Cuíto (ou Kuito).
A trotinete de madeira era muito engraçada.


Se lá fora a limpeza não era muita, esperava-se que dentro do restaurante estivesse melhor.
E estava. Muito bom, mesmo!
E nem sequer era por terem Super Bock, que acompanhou o saboroso coelhinho ;)


Depois de uma rápida paragem, retornamos à estrada.
Mas não por muito tempo. Passados 5 min voltamos a parar.
Esta vista é incrível! 
Um monólito (esta palavra faz-me sempre lembrar o "2001: Odisseia no Espaço") granítico, gigante.
O monte Luvili, com o seu pico a mais de 2000 m de altitude.



Muito perto deste monte, as Águas Quentes.
Uma fonte de águas termais, quentes e sulforosas.
De entre as várias referências que consultei sobre isto deixo apenas esta, que achei interessante pelo facto de estar no Facebook. Quem diria, há 10 anos, que isto poderia acontecer ;)


Do outro lado da estrada, a vista para norte.
Na altura, por ali existia muito pouco. Agora, a vista do Google maps permite ver que ali cresceu uma aldeia de dimensão muito razoável.


Nas minhas pesquisas sobre este local, dei com esta referência, com um relato muito interessante da subida ao seu topo.
Não é fácil, mas deve valer a pena subir àquele pico!



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