08 dezembro 2020

Angola - #8.5

Geograficamente perto do Jardim Botânico e do Mercado Municipal da Baixa de Huambo, ficava um dos pontos obrigatórios de paragem e visita. A fábrica de gases comprimidos, Angases, onde o nosso anfitrião, o meu sogro, trabalhava naquela altura.
O exterior tinha muito bom aspeto, com um parque muito limpo (contrastando claramente com os acessos exteriores) e muito florido.




Ainda que a laborar, o interior desta fábrica mais parecia um museu industrial.
O equipamento, na sua maioria era original, francês, ainda dos anos 30.
Segundo é possível ver através da última fotografia do Google Earth (de fevereiro de 2020), o edifício da fábrica continua a existir, ainda que pareça estar inoperacional.
A última notícia que encontrei, de 2017, é que a fábrica continua a funcionar, com imensas dificuldades, por limitações grandes no fornecimento de energia elétrica...



Uma curiosidade, que chega a ser misteriosa... ou cómica (não consigo chegar a um consenso!)
Em cima da secretária do responsável da fábrica, o jornal que ele estaria a ler quando lá chegamos: a Bola, de 28 de fevereiro de 1998. Estávamos em agosto de 2010...
Porque razão estaria o homem a ler isto?
Seria porque o Sporting tinha ganho ao Salgueiros? 
(Salgueiros que, por coincidência, faz 109 anos no dia em que estou a escrever isto ;)


Eram 10 e um quarto da manhã.
Já tínhamos arrancado de viagem naquele dia há mais de 3 horas, mas faltava muito. O nosso destino, Luanda, ficava ainda a 600 km de distância.

De saída da Angases, voltamos à zona escolar (para uma segunda tentativa de visita dos meus sogros a casa de um antigo amigo)
Pela rua Silva Porto, com as suas casas dos anos 60, recuperadas e funcionais.
Os olhares dos moradores, por ali, é que se mantinham... desconfiados.



E desconfiados estariam "aqueles", lá em cima, no prédio em frente ao (ex?) hotel Almirante.
Pormenores que me faziam voltar a entrar em "modo defensivo"... O que estariam dois homens a fazer, num terraço vedado a arame farpado, de um prédio com mais de 20 m, ainda com alguns furos de munições na fachada?


Seguindo caminho, voltamos à avenida da Independência, localização do hotel onde tínhamos pernoitado.

Registo da passagem pela estação ferroviária de Huambo, na altura em construção (ou em reconstrução, pois mantinha-se no mesmo sítio da estação antiga)


Uns metros à frente, quase em frente à estação, (as ruínas) de dois dos mais conhecidos e emblemáticos edifícios de Huambo, a casa Nova York e o cinema Ruacaná. 
Encontrei a informação de que foram recuperados entretanto, mas não consegui nenhuma fotografia dos mesmos, o que é um pouco estranho...
 



Seguimos agora para a zona norte de Huambo, para o bairro (freguesia?) de Benfica.
Primeiro, a passagem sob a linha de comboio, a CFB, por um viaduto muito, muito recente (devia ter sido construído em 2009, com o início dos trabalhos de recuperação da operação da linha, precisamente até Huambo).
Rua dos Convencidos, estava nele escrito, em letras garrafais, mesmo ao centro...


... enquanto no morro lateral as crianças se divertiam, escorregando pelas escadas, numa espécie de trenós improvisados, feitos de restos de cartão (como me lembro de "asneiras" destas, quando tinha esta idade ;)





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