09 outubro 2017

Angola - #7.3

A caminho de Huambo e a cerca de 100 km a norte de Chongoroi, fica Caimbambo.
Era por lá que íamos passar...

Esta é região de embondeiros, árvores características destas latitudes africanas.

Em contínuo, na maior parte das vezes em registos feitos em movimento, de dentro do carro, os embondeiros (ou imbondeiros) vão surgindo como pano de fundo. 
Sós, na paisagem, ou fazendo sombra para grupos de crianças nas suas brincadeiras a caminho da escola, ou nos intervalos da mesma.

 

  
Quando crescem, os embondeiros tornam-se imponentes, não propriamente por uma grande altura ou envergadura mas pela largura do tronco que, pelos vistos, pois não vi nenhum assim, pode atingir os 10 m de diâmetro.
O seu largo tronco, que com a idade vai tomando a forma de pêra, é a forma de adaptação ao território. De forma semelhante aos cactos, é ali que armazena água para ir ultrapassando os longos períodos de seca.

E para dar escala à coisa, nada melhor do que lhe colocar à frente um Quim! :-)



A imagem seguinte, de todo o conjunto aqui retratado, foi a única não feita em movimento, resultante de uma necessária "paragem técnica" dos ocupantes ;-)


O fruto do embondeiro, a múcua (ou múkua) é uma espécie de melão alongado, de casca dura, acastanhada.
Provei a "coisa" na forma natural, em chá e em sumo.
Não gostei de nenhuma das maneiras!..
Tem um sabor agridoce, que até costumo gostar, mas não ali. É demasiado... estranho.
No entanto, dizem que é muito bom para o nosso organismo, considerando os seus constituintes.



Depois de sair da estrada que ligava a Benguela, virando em Catengue, Caimbambo fica "logo ali" à frente!
Como saber? Bem, é fácil!
Ainda a alguns quilómetros de distância começa por se avistar um dos elementos paisagísticos mais característicos da região, os picos (morros) em V, conhecidos como os "Irmãos Gémeos" ou "da Vitória".

Dia de semana em período de aulas, faz com a que a cena seguinte seja recorrente: crianças a caminho da escola, com a respectiva cadeira de plástico à cabeças ou às costas.


Sensivelmente a meio da vilazinha, a igreja da Paróquia de São Francisco de Assis.
A fotografia não está nada de especial, mas achei curioso o edifício e a relação com o actual papa, que não o era na altura em que por lá passamos.


Ao pesquisar as vistas aéreas com o Google Earth deu para perceber que Caimbambo desenvolveu-se muito nos últimos anos.
Não sei qual a razão para tal, mas é notório pelo número de casas/casinhas que por ali "nasceram" ou foram recuperadas.
Uma casa muito interessante, que já existe pelo menos desde 2003 (...) e que pelo aspecto já é de meados do séc. XX.


Coloridas e animadas, as feirinhas de beira de estrada, onde se vendem os produtos produzidos nos campos dos arredores.
Nesta região, a produção agrícola passa essencialmente pelos citrinos: laranja e limão, mas também se vê por ali à venda ananás e múcua.



À saída, duas "clínicas de saúde".
A primeira, para máquinas, com os óleos lubrificantes cá fora, em exibição.
A segunda, para pessoas, tendo cá fora, também em exibição, tudo menos algo de bom para um local de saúde: muito lixo.
Sei que estes aspectos, da limpeza e higiene, estão a ser actualmente trabalhados, mas ainda vai demorar uma, duas, ou três gerações a chegar lá. Se chegar...



Não é muito alto, mas os cerca de 200 m deste monumento natural destacam-se claramente na paisagem.
Em forma de V de vitória, estes irmãos (quase) gémeos enquadram-se na geologia local, composta por estes morros que vão aparecendo por aqui e por ali , uns mais altos, outros mais baixos.


Depois de atravessar o rio Cavaco, o tal que desagua em Benguela, lá seguimos nós a caminho de Huambo, mas ainda com umas paragens muito interessantes para fazer...

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