03 junho 2008

Portugal Lés-a-Lés 2008 - o relato - 6

Mais um dia. E que dia. Este prometia!
Os avisos estavam lançados desde Bragança: a segunda etapa vai ser longa... e dura.
Partida de Coimbra às 6:00 :-O, para o número 1. Chegada a Sagres às 19:30.
Treze horas e meia de percurso, com muito pouco tempo de paragens programadas, a maior das quais de apenas 40 min, para almoço, e com as longas rectas alentejanas pelo meio.

Para nós, equipa 228, a hora de partida era às 7:16. Até não parecia mal ;-)
Querendo garantir que estávamos no palanque de partida à hora certa, lá tínhamos posto o despertador para as 5:30...
Mas, e mais uma vez, acordei antes da "marca". Às 5:15 já estava de olho aberto e, claro, sem nunca mais conseguir adormecer.
Máquina em punho, lá fui eu "clicar" para a janela. A foto seguinte não é a das 5 e tal... É antes a das 6:00, com uma luz bastante mais interessante!
Fórum Coimbra ao fundo.


Pelo segundo dia consecutivo, pequeno almoço no hotel... nada!
A esta hora já não foi mau aquilo que a "Dona Inês" nos arranjou: num saco plástico, um pão misto, um pacote de leite e uma maça...
Antes das 7:00 já estávamos a caminho pois desta vez tínhamos uma maior distância para cumprir até ao ponto de partida.
Chegamos, vimos o ambiente e entramos na "nossa" posição, na fila entretanto formada. Tudo bem até aqui. O problema foi que, aqueles 50 m demoraram muito mais do que o esperado para cumprir devido aos... atrasados. Chegavam, e como estavam atrasados (...) metiam-se à frente de toda a gente. E não foi um ou outro. Foram muitos!
Eu sei, sou eu que sou mau feitio!!... Mas nem os maus feitio do costume (elementos da organização do MCP) conseguiram "pôr mão na situação".
Quando, finalmente, chegamos ao palanque já estávamos com 15 min de atraso... e logo a seguir mais 5, para vestir o impermeável. É que o sol com que o dia acordou tinha sido de pouca dura.


Desta forma, e embora atrasados, saímos da bonita cidade de Coimbra "nas calmas", com um piso molhado, muito escorregadio. Lá seguimos em direcção a sul, acompanhados ainda um pouco pelo Mondego.
A primeira paragem foi no "Alcabideque", local de recolha de água para a antiga Conímbriga. Ponto de "picagem" e de nos perguntarem se tínhamos trazido arroz... para cozinhar com os patos que por lá nadavam ;-)


Nesta parte da manhã a chuva não deu tréguas...
Não chovia com muita intensidade mas fez-se acompanhar durante umas horas seguidas.
E foi desta forma que chegamos ao castelo de Ourém, depois de mais um pequeno troço de terra e de algumas estradas retorcidas (pena a chuva que não permitiu desfrutá-las na totalidade...)
Lá em cima encontrámos um pequeno almoço retemperante, em particular o café de máquina!! Haviam era de ter colocado duas ou três máquinas, pois quando abandonamos o local havia uma fila de 20 a 30 à espera do bendito café...


A partir daqui, fizemos a entrada na zona dos touros. Esta zona centro do país é, actualmente, a que menos conheço. E, ainda por cima, não passamos em nenhuma das minhas conhecidas, Salvaterra de Magos ou Benavente. Antes, cruzamos Golegã e Chamusca, igualmente paisagens de charneca, terras que o Tejo alaga em alturas de muita chuva . Só não tinha saltado fora das margens neste dia, de tanta chuva, porque o respeitinho pelos motociclistas é muito bonito! :-)

Um pouco "ao lado", já na barragem de Montargil, onde se fez a primeira de várias aparições dos carros da Baja Transibérica, que decorreu durante os mesmos dias do Lés-a-Lés.


O almoço, em Brotas, fez-se sem grandes histórias. Uma tenda montada num campo onde, em simultâneo, havia uma concentração dos motards locais. Embora com piores condições logísticas, ao contrário do almoço do dia anterior, estava bem organizada. Havia uma fila única, tipo cantina, que funcionava muito bem.

Como ainda não tínhamos recuperado o tempo de atraso da partida (aliás, acrescentamos mais uns minutos a esse atraso...) não ficamos muito tristes com a anulação do desvio de visita à Torres das Águias. Problemas com o proprietário... Ainda assim, e pelas descrições do roadbook, deve ser um sítio que vale a pena visitar.

Aqui... na passagem de uma vila... tipicamente alentejana.


E numa recta ...tipicamente alentejana...


É nestas situações que faz falta o GPS. Ainda não fiz a instalação do PDA numa caixa de protecção, própria para utilização na moto, mas para a próxima tem de estar pronto!
Um dos aspectos que me causa mais confusão a seguir apenas o roadbook é de não me conseguir localizar. Quando a navegar por estradas que desconheço, ainda por cima ao longo de longas (isto deve dar uma figura de estilo interessante ;-) rectas, é difícil perceber "onde estou".

Longas rectas que atravessam terras de pasto e azeitona.
O pensamento na altura ainda está fresco: "Muitas vaquinhas, prestes a ir parar aos pratos com a etiqueta de carne alentejana..."


Ah, finalmente uma identificação: Grândola. A tal vila morena, embora me pareça bem branquinha ;-)


E com que rapidez se rola por estas terras planas!

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