04 janeiro 2021

Angola - #8.13

Último troço deste longo dia, de Huambo a Luanda. 
Afortunado décimo terceiro post, sobre este oitavo dia de visita a terras angolanas ;)

Estávamos na EN230, mais conhecida por Estrada do Catete (embora Catete fique a apenas 60 km de Luanda e a EN230 tenha um comprimento de cerca de 1100 km, atravessando o país todo, de este a oeste).

Fim de tarde, cinco e meia. O sol punha-se.
A pouca luz, aliada ao facto de estar dentro do carro, em movimento, não permitia grandes fotografias, mas não era isso que me impedia de tentar, pois o motivo assim o exigia. 
Das mais de trinta "tentativas", ficam três, da luz laranjo-rosada que cruzava os ramos dos embondeiros.




Ambiente bonito, mas que não permitia grandes distrações a quem conduz.
O sol de frente, a bater nos olhos. Luz difratada pela neblina e pelos mosquitos esmagados no para-brisas... a provocar imensos acidentes.
Estes dois capotanços estavam separados por apenas 500 metritos...



Há que manter a concentração.
O sol, já vermelho, dizia que estava a dar as últimas...


Mas se as estradas em Angola são, em geral, perigosas (constatação feita pela amostra do número de carros acidentados na beira da estrada), o que dizer dos últimos quilómetros desta viagem?
Os últimos 30 km, essencialmente o troço Viana-Luanda é... absolutamente de loucos!
A estrada tinha sido alcatroada recentemente e não tinha qualquer marcação horizontal. Sinalização vertical, raríssima.
Iluminação inexistente, na maior parte deste troço.
As duas faixas, que deveriam existir, passavam "naturalmente" a três e às vezes a quatro.
Com tudo isto, o trânsito circulava a velocidades bem acima do recomendado... dado o enorme número de pessoas que atravessavam a estrada, em qualquer sítio, de qualquer maneira.
Reduções fortes. Chianços. Algumas batidas entre carros. Via-se de tudo. Ou quase de tudo...
Na altura fiquei com a nítida sensação que deveria ser raro o dia, naquela estrada, que não existissem acidentes mortais. 
Não vi nenhum. Felizmente!
Mas se era assim há 10 anos, estando hoje melhor, acredito, está ainda longe de estar bem. Os relatos e registos dos acidentes são imensos... sendo algo que os responsáveis têm conhecimento, naturalmente.



Chegamos às portas de Luanda de noite escura. Eram 7 da tarde.
A D80 "não sabe" fazer fotografias de noite, mas não quis deixar de registar aqueles momentos.
Estávamos a terminar uma viagem iniciada há quase 12 horas e a última meia hora tinha sido intensa. Nunca tinha sentido tanto medo, não por mim, mas por toda aquela gente que atravessava as estradas...



A estátua de Agostinho Neto voltava a receber-nos.
Chegamos a Luanda.


Estava na altura de descansar e de voltar a introduzir energia, da boa.
Segundo o último registo fotográfico do dia, a paragem foi feita no (extinto?) restaurante Vouzelense.
A esta distância, já não me recordo de lá termos parado neste dia. Lembro-me de lá ter jantado, em noite de supertaça entre Porto e Benfica (no dia 7 de agosto), mas neste dia, não.

Mas se a conversa é comida... que venha o dia seguinte. Desse eu lembro-me bem ;)




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