03 dezembro 2011

Pelas areias salgadas de Alkasr

"Para sair bem feito... há que demorar."

Grande lema este!  ;-))
Escusava era de cada vez demorar mais...

Cá está ele, o relato e respectivas imagens do passeio/prova de orientação, organizada pelo Fórum-TT, em que participei em conjunto com os outros Des'NorTTeados, Pedro e Ana, no eterno Frontera, e Ruy e Carla, no seu VX de guerra.

O objectivo passava por andar "perdido" por terras (areias, melhor dizendo!) de Alcácer do Sal.
Numa manhã de nevoeiro, munidos de cartas, mapas, bússulas e... GPS (muitos, é claro!), lá estávamos nós, à hora marcada, preparadíssimos para iniciar o dia de TT.


Preparadíssimos?
Bem,... quase! ;-)
É que nos tempos que correm o tempo não abunda (estou a escrever isto a um sábado de tarde e com a sensação de estar a cometer um "crime", que deveria era continuar o trabalho interrompido ao almoço!... :-(
Havia que fazer uns últimos acertos às máquinas...


Mas nós não estávamos lá pela competição. O importante nestas coisas é a confraternização, o "cumbíbio".
A malta do sul, com quem só tinha tido a ocasião de estar uma vez (no Desafio ao Nuorte), não difere muito da malta do norte: é tudo malta porreira, ou não fossem do Fórum-TT!

A brifalhada inicial, oferecida pelos organizadores do evento, Eduardo Santos e Jorge Salvador, a quem agradeço mais uma vez o excelente trabalho produzido para este dia.


O que difere muito por estas bandas são as paisagens e os trilhos.
O alentejo, ainda que litoral, tem uma geografia completamente distinta da do douro litoral, minho ou alto-douro, por onde normalmente costumo fazer fora-de-estrada.
Aqui não há grandes pendentes nem pedra.
É quase tudo em areia e é, quase sempre, plano.
E ainda bem, porque qualquer subidinha, qualquer duna, era um desespero para fazer!...



A técnica para circular na areia é já bem conhecida: tirar ar dos pneus até não poder mais ;-) mas ainda assim, nesta zona a areia é tão fina (parece pó!) que o carro facilmente se enterra.
Mesmo "em baixo", os estreitos 215 do Pajero Pinin não facilitam...
No entanto, lá se foi safando. Só foi preciso desatascá-lo uma vez e não, não foi no exemplo da imagem seguinte, de onde saiu pelos próprios meios.



Uma das zonas mais complicadas do dia foi a "tal" subida onde fiquei atascado.
Uma subida a um marco geodésico "altíssimo", de 88 m de altitude!!!

Mas mesmo o acesso à base dessa última subida foi complicada.
Ninguém, a não ser um certo "Big" UMM alterado ;-), passou por ali sem dificuldades.
Fiquei surpreendido ao ver-me a passar por um Terrano II e um Patrol, que estavam atascados nessa subida.
"Patina pr'aqui", "patina pr'ali", mas lá foi subindo...

Aí vem o PAS "a fumar"... mas sempre a subir.



A "coisa" até não estava a correr mal.
O sistema de verificação de pontos era "facilmente aldrabável" ;-)
Como não era por fotografia (como por exemplo o WTC) mas por pergunta, sempre dava para ir respondendo...

Exemplos (bom, à distância de quase 2 meses, já estou a inventar um pouco, mas só um póquinho! ;-)

Pergunta: "O que fica neste ponto?" - Olhando para a carta dava para ver que o ponto estava em cima de um marco geodésico. Resposta: "marco geodésico"
Pergunta: "Quantos postes de alta-tensão existem neste ponto?" - Um é pouco... três é muito para o alentejo, né? Resposta: "dois"
Pergunta: "O que termina aqui?" - Passamos por este este ponto a 80 km/h e vimos a placa toponímica de Muda (cruzada). Resposta: "Muda"

Acertamos as 3!!  ;-))



Mas se até aí fomos rolando, o pior foi quando tive um "encontro imediato" com um toco de pinheiro.
Ao fazer inversão de marcha, e ao desviar de um toco mais alto que estava à vista, fui bater num outro, disfarçado na vegetação...
Foi mesmo ao arrancar, devagar, e mesmo assim foi uma pancada forte, já quase a meio do carro, na travessa transversal (e super-rígida) de suporte da caixa de velocidades.

Depois de passarmos mais de uma hora para conseguirmos de lá tirar o Pajero Pinin, que tinha ficado literalmente pousado em cima do toco, percebi que o resultado não tinha sido bom!....
A transmissão ficou torcida, pois a pancada tinha empenado a travessa e com isso a caixa de velocidades ficou inclinada.
O carro andava... mas mal!... :-(



Devido ao esforço físico e ao avançado da hora, a fome apertava!...
Ainda sugeri que tentássemos fazer "aquele ponto ali à frente", mas quase que era trucidado pelos elementos femininos da equipa  ;-))
Não? Sigamos então directos para o ponto do almoço.
Tarde, muito tarde, com todos os pontos de penalização já "em cima", chegamos ao local.
Metade das equipas já estava a arrancar... Pena!



Para a parte da tarde tomamos a decisão, difícil..., de não continuarmos em prova.
O Pajero Pinin não estava em condições.
Fomos levá-lo ao restaurante marcado para o jantar e ... praia!
Em pleno outono, a 15 de outubro, fomos à praia :-o
Primeiro a Tróia e depois a Comporta.
Não mergulhamos, é verdade, mas ainda cheguei a molhar os pés, as pernas... e os calções :-)
Se não aproveitamos por um lado, aproveitamos por outro.
Tem que ser! ;-)



Demorados, pachorrentos, fomos ficando a assistir ao pôr-do-sol.
Magnífico pôr-do-sol este, na praia da Comporta!



Hora do regresso ao restaurante.
Hora de entrega dos pontos.
Pontos? Sim, que não estávamos ali para brincar! ;-))
A curiosidade foi que houve alguém que conseguiu fazer "melhor" do que nós :-)
Nada que nos preocupasse. Tínhamos passado um tempo de excelência (ainda que eu dispensasse o acidente!... :-(



Seguia-se a especialidade da casa: pato assado.
Muito gostoso, sem qualquer dúvida!
Juntamente com o pato, muita conversa e muita letra rolou naquelas mesas.
O assunto não podia ser outro que não TT e tudo o que lhe está associado.
Volto a dizer, com convicção: malta porreira esta!



E... estava na altura da entrega de prémios.
Havia o primeiro, o segundo, o terceiro... mas nada disso nos "calhou"!
"Saiu-nos na rifa" o prémio de... melhor Aptidão TT :-)))
Somos os maiores Carago!! (ui, carago não, carago!)
Um Cabeça de Burro! Queixa-te!  ;-))
Grande final de noite.



Para fechar a história ainda faltava mais um dia... mas o regresso não chegou a ser propriamente pacífico.
Ainda arrancamos de Grândola a caminho de casa mas antes de chegar a Alcácer, numa lomba mais forte, a transmissão ficou a fazer um barulho tão forte que julguei ter rompido alguma coisa (verifiquei mais tarde que não, felizmente).
Chamada a assistência em viagem, esperamos, em companhia dos nossos colegas de equipa (aos quais mais uma vez agradeço o gesto), que chegasse o reboque e o táxi que nos iria levar a Lisboa.
Só até Lisboa, pois a companhia de seguros obrigou-nos a ir buscar um carro de aluguer...
Depois de uma secazinha de 2 horas na fila para levantar o carro (um Megane GT Line com 1 mês de vida - com melhor aspecto do que aquilo que realmente vale!...) lá seguimos finalmente.



Depois de 6 semanas completas sem o carro, chegou finalmente!
A reparação do Pinin também teve a sua (longa) história, que merece ser contada.
Mas não agora...

Para os interessados, deixo a minha colecção completa das fotos do dia.
(basta clicar no slide-show para ser "recambiado" para o álbum do Picasa)

5 comentários:

Joao Pedro disse...

Metes-te em cada uma! Onde já se viu levar um jipe para o mato? Não tens pena dele? LOL. Fazes bem, se pudesse fazia o mesmo. Um abraço

JFAlves disse...

Não me dou bem com a areia, é um facto!
Já quando fui de Transalp para a areia na zona de Aveiro deixou marcas. Nunca no monte, com pedra dura, me aleijei e fui aleijar-me na areia. É impressionante!...

JP, aindas tens o Toyota, aquela "imitação" de TT? ;-)

Joao Pedro disse...

O meu RAV4 não é imitação de TT, é um MPV, com tracção integral e diferencial torsen... Não tem redutoras, nem dá para bloquear a transmissão. Para isso há o Land Cruiser. Ou também será imitação de TT? :)

Joao Pedro disse...

Mas, já agora, e meramente por curiosidade, vê este tópico:
http://forumflc.clubeflc.com/index.php?topic=1212.0

Parece que o RAV4 na areia até, se calhar, digo eu, anda mais ou menos...

JFAlves disse...

eheheheh o meu "picanso" já teve os seus resultados.
Eu sei que o Rav4 também permite uns passeios muito interessantes. É claro que tem umas limitações, principalmente em termos de baixa altura e falta de protecções, mas de resto é um brinquedo muito interessante.
E limitações qualquer carro tem. Basta percebe-las e é... dar-lhe gaz.
Abraço e bons passeios