16 julho 2011

Angola - #6.3

Mossamedes, Moçamedes, Mossâmades, Moçâmedes ou ainda Mossãmedes.
Todas estas, com ou sem acento, são versões da designação antiga da actual Namibe.
É só escolher!

Cidade minúscula, provavelmente a mais pequena por onde passamos, embora seja a capital da província com o mesmo nome, Namibe.
A mais pequena e uma das mais pobres. Logo à entrada registei uma daquelas imagens que me deixa preocupado a nível de saúde: farinha acabada de moer, a secar em cima de panos assentes num terreiro junto à estrada.


Mas desde logo se percebe que por aqui também se viveu bem e à grande.
Edifícios antigos, com traça portuguesa "dos antigamentes" mantêm-se firmes.
O edifício dos Correios, junto à avenida principal, ou a igreja Nossa Senhora de Fátima, junto ao forte, são dois exemplos da recuperação que a cidade está a ter.
[curiosidade: acabei de encontrar a notícia, ao procurar pelo nome da igreja, que esta foi assaltada cerca de um mês depois de lá termos passado, mas fiquei mais admirado ar ler que uma das asneiras que os meliantes praticaram foi ter "consumido o vinho" ;-]



Mas se alguns edifícios estão a ser recuperados, a maioria... não está!
O que dizer do super estiloso e modernaço Cine-Teatro de Namibe, que nunca chegou a ser inaugurado?


E então da quantidade de ex-magníficas casas coloniais, com as fachadas totalmente a desmoronar-se?
A desmoronar, sim, mas sempre com a parabólica bem direccionada no telhado!


Quando chegamos a Namibe estávamos já muito perto da hora do almoço mas o nevoeiro não tinha chegado a levantar por completo.
Ainda assim, as vistas para a baía através daquela luz rosada, difractada pela neblina, estavam soberbas.


De tudo, o que mais retive da pequena cidade foram os pormenores.
Pormenores curiosos que, se com tempo, teriam dado para umas imagens incríveis.
Ainda assim, não digo muito mal destes exemplos, que mereciam uma exposição em formato maior...




Descendo junto ao mar, a antiga linha férrea completamente abandonada.
Um estaleiro em ruínas.
Vendo as fotografias dos anos 50 e 60, enquanto "estudo" o assunto, ainda percebo melhor o grau de destruição da coisa...


Mais vale desviar o olhar mais uma vez para os pormenores.



Mas não se consegue desviar o olhar por muito tempo.
Muito pobre, a cidade tem a maioria da população a viver em condições extremamente degradadas.
É triste!


Fico-me por aqui, enquanto vou almoçar.
Deixo na "janela" um:
Volto já!


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