19 outubro 2009

WTC - Douro Superior

(ultrapassagem pela direita - nem termino as férias, nem o curso de condução TT, nem.... mas aqui vai ;-)

Fim-de-semana fora, de TTransalp, numa zona que aprecio muito, o Douro Superior.

Saí de casa na sexta-feira, 16, ao final da tarde, que é, nesta altura do ano, já de noite.
Tinha combinado arrancar às 7 e um quarto da rotunda de Alfena da A41, com o Sérgio e o Vasco. Às sete e dez, o Sérgio liga-me a dizer que vão chegar um pouco atrasados porque estavam à espera do Paulo. Só quando chegaram é que percebi que o "Paulo" era o simpático psm do Fórum Transalp.
Antes de arrancarmos, um pequeno susto... a TTransalp não pegou com o motor de arranque. A culpa é minha eu sei, pois nunca mais corrijo o sistema de alimentação do GPS, que consome energia mesmo de noite... :-(
Um pequeno empurrão e... "'tá a andar de mota!"
;-)



O destino era Vila Nova de Foz Côa, precisamente a residencial onde fiquei a dormir no Lés-a-Lés.
Mas esse era o destino final dessa viagem do dia, pois teria que haver um outro intermédio, para jantar. Por sugestão do Vasco, paramos perto de Vila Real, onde alinhamos todos numa posta à Mirandesa.
Nada de muito original, mas bom à fartasana!
;-)


Num fantástico fim-de-semana de sol, neste outono "marado" que se julga extensão do verão, apanhamos um briol de todo o tamanho.
Não eram negativas, mas as temperaturas lá "em cima" deviam estar muito perto disso...
Equipado com t-shirt, armadura, casaco polar, casaco impermeável, buff e luvas de inverno, cheguei a bater dentes ao passar, já perto da meia noite, pela ribeira de Teja.
Bbbrrrr......


A manhã acordou fria mas linda. O azul forte do céu contrastava com os tons quentes e secos das terras durienses (pena não ter uns filtros na máquina para poder mostrar isto mesmo...)
Saímos às 8 e 45 para o local marcado para o início do evento, o Waypoint Trail Challenge, mesmo em frente à Câmara Municipal de Foz Côa.


A equipa "TTransAlves", que tão bem se tinha comportado na primeira etapa da época, estava quebrada, uma vez que o meu primo Sérgio Alves estava indisponível nesta data.
Foi pena, mas o mais importante para mim era poder usufruir das paisagens e do ambiente, além da condução fora-de-estrada com a grande máquina, TTransalp.
Assim, já estava a contar fazer a prova junto com a equipa do Sérgio e Vasco, mas, em cima do acontecimento, acabei por fazer com o Paulo (com quem já tinha tido contactos prévios ;-) e, para surpresa minha, com outro "atleta", o Manuel, ambos do MCP e "pilotos" BêMêdabliu. :-))
Há uma foto acima onde eles aparecem em posição, junto à estação "desmobilizada" de Castelo Melhor.


Distribuídas as cartas, com os waypoints marcados, e os road-books fotográficos, era altura de, rapidamente, começar a definir a nossa estratégia e traçar os percursos na carta.
O Paulo, como bom teórico que é ;-), estava preparado com um saco de n canetas fluorescentes e uma folha que, quando preenchida, permitia ter a noção de quais as estratégias que se cruzavam.
Uma ideia porreira, mas que na prática se verificou não trazer grandes vantagens... quando não se consegue concluir nenhuma das estratégias definidas... ;-)


A estratégia que defini inicialmente era ambiciosa, eu sabia, mas não era totalmente impraticável.
Íamos tentar fazer duas das sequências com maior número de waypoints (Dificuldade e Douro) e, no início, uma terceira, a das Igrejas. Esta última seria a primeira a ser riscada, caso começasse a perceber dificuldades.
Mas estas coisas não são assim tão fáceis de decidir na altura...
Sentados de rabo para o ar num vão da escada granítica da CM de Foz Côa, com a pressão do tempo para sair, a ter que marcar com cores os pontos de interesse na carta, os caminhos a (tentar) seguir e depois a passar as coordenadas para o OziExplorer....
Ufff!!!


Definida a táctica para o dia, e dez minutitos após as 9 e meia, hora a partir da qual se podia sair do parque "fechado", lá arrancamos os três (as equipas 8, a minha, a 9, do Paulo e a 5, do Manel.

Deixamos os outros sair todos à nossa frente.
A ideia era... não permitir que ninguém nos seguisse!!
E resultou :-)))


Já tinha rolado com o Paulo antes, no reconhecimento da Cabreira, que fiz com o Sérgio, e sabia que não era atado a andar fora-de-estrada, mas... quase logo após a partida, quando cheguei aos 90 km/h numa nacional larga e de bom piso e eles ficaram para trás, comecei a perceber que não ia dar para "apertar", como tinha feito na serra da Estrela com o meu primo.
Mas não desisti logo. "Vamos ver no que dá", era o pensamento dominante.
O primeiro ponto da estratégia era uma Dificuldade e, simultâneamente, um Marco (geodésico).
Não era propriamente fácil de lá chegar, com uma subida íngreme em terra mole, lavrada, e com pedra solta, mas chegamos lá os três com relativa facilidade.
Voltei a ficar mais esperançoso (o estado de espírito ao longo do dia foi mudando muitas vezes, é verdade! ;-)
Mantivemo-nos assim na estratégia prevista inicialmente.


Voltamos a "correr" para o próximo waypoint, uma nova Dificuldade simultâneamente Marco, e aqui sim, percebi que não dava mesmo para "apertar".
Agora num troço de terra mais rolante, com muita facilidade, deixava os dois para trás...
Rolar de moto, principalmente em terra, é uma questão de confiança, e a segurança deve estar sempre em primeiro lugar. Assim, achei melhor não fazer nenhum comentário com eles durante o fim-de-semana (faço aqui e agora ;-) sobre o assunto. Seria arriscar uma situação que ninguém queria.
Soube no final que houve uns tombos jeitosos... embora, felizmente, o único que sei ter ficado um pouco magoado foi o espanhol da MotoXplores, que se espalhou mesmo à frente do Paulo, pois assustou-se quando o viu e bloqueou a roda da frente...
Connosco correu tudo muito bem, com um único "deixar tombar para o lado" do Manel, ao fazer inversão de marcha num sítio muito apertado.


Com todas estas aventuras e desventuras, e mais duas ou três falhas minhas na navegação, acabamos por chegar ao Check-Point de almoço quase em cima da hora de "fecho", às duas e um quarto, portanto muito atrasados em relação àquilo que tinha previsto.
Mas foi precisamente aqui, no final do almoço que cometi o meu maior erro: com falta de tempo para cumprir as três estratégias definidas, comecei por "arrumar" as Igrejas (esta muito naturalmente) e depois... os Dificuldade, deixando para fazer os Douro.
Ora, nesta altura eu não fazia a mínima ideia que no dia seguinte, de manhã antes de sair, iriam ser acrescentados mais alguns pontos, junto das sequências que terminavam com "..." (reticências). Achei estranho quando vi aquilo no início, mas não liguei.


Se não tivessem sido acrescentados pontos à sequência do Douro, como não tinha acontecido na prova da serra da Estrela, teria completado a sequência e assim feito mais 50% da pontuação total desta, e ainda dos Gémeos (não tinha percebido inicialmente o sentido da organização de permitir fazer duas estratégias numa só)...
E se calhar, se tivesse perguntado... eles, a organização, talvez tivessem dito alguma coisa.
Fiquei assim com um certo amargo de boca, pois se tivesse optado antes pelos Dificuldade, que não tinham "..." no final, poderia fazer um resultado melhor.
Enfim, muitos if's para um único fim-de-semana...
;-)


Como já deve ter dado para perceber by now, a pontuação que fiz não foi minimamente famosa.
Ainda não sei o meu lugar na prova, porque a organização desta vez, e muito bem a meu ver, achou melhor almoçar junto com o pessoal, em vez de verificar a concretização dos pontos de cada equipa, através da fotos tiradas.
E neste momento isso é o menos importante.

Desta vez apenas achei melhor fazer já a crónica da prova porque da outra vez... acabei por não a fazer e, se a tivesse feito talvez não tivesse incorrido em certos erros porque tinha o registo escrito das faltas.
Assim, e para a próxima, devo:
(esta é para mim ;-)
Levar mais canetas fluorescente. 5 é um número mais "agradável" do que apenas 3.
Marcar com cores, de forma muito visível, os pontos das estratégias mais "interessantes". Assinalar também na carta, e não no GPS, a pontuação dos pontos - pode interessar quando as estratégias "estouram"...
Vale a pena gastar um pouco mais de tempo no início, antes de arrancar, a definir bem a táctica e a escolha dos caminhos na carta. Se o GPS da Garmin permite fazer o routing também pelos caminhos do monte, o Ozi não e a "troca", no PDA, entre o Ozi e o TomTom não é fácil ou rápida, devido à necessária ligação denteazul com a antena...


Nesta crónica não fiz uma descrição das fotos.
Estas foram apenas introduzidas pelo texto, na ordem cronológica com que foram feitas.
Do ponto de partida, em frente à CM de Foz Côa, às paisagens junto ao rio Douro, quer para jusante, perto da foz do Sabor e da barragem do Pocinho (onde foi o almoço volante - mas muito bom!), quer para montante, já em pleno Parque Natural do Douro Internacional, perto de Freixo de Espada à Cinta.
E foi aqui, em Freixo, que terminou o primeiro dia de prova, mesmo junto ao centro.
A dormida foi junto ao rio, numas casinhas muito agradáveis para passar uma temporada (ficou registado para umas próximas férias durienses ;-)
O jantar, marcado pela organização, foi servido num restaurante no centro de Freixo. Mais uma vez a bela da posta!, acompanhada por um vinho da região (claro!) muito bom! A viagem, de autocarro até aos quartos, foi bem animada, com quase toda a gente bem alegre... :-))


O segundo dia, domingo, voltou a acordar fresco, mas não tanto como no dia anterior.
Ainda meio escuro, antes do nascer do sol, lá nos levantamos e fomos tomar o pequeno almoço, bem junto ao rio. Estava um ambiente fantástico!
Pena que eu estava tão cheio de sono (e cansado...) por ter dormido uma segunda noite muito pouco. Não percebi a razão para tal, mas acordar às 5 da manhã, depois de me ter deitado quase à 1 (depois de ainda ter ficado a definir a táctica para o dia seguinte...) não estava nos planos! :-(
Terminamos a prova dentro do tempo (às 12:37), conseguindo não penalizar e, pelo menos, não tivemos pontos descontados ;-)
O ponto final (CHC2) estava mesmo no centro de Torre de Moncorvo, junto à igreja, e foi a última dificuldade... os sentidos proibidos não existem no monte (embora existam portões fechados a cadeado... que nos deram algumas dores de cabeça!)
Depois de um pequeno aperitivo, ou Porto d'honra, numa casa de gifts regionais, seguimos em caravana para o almoço final, numa quinta junto à foz do Sabor.
Para comer o quê?
Sim, adivinhava-se: posta à Mirandesa!!
(foi "apenas" a terceira durante o mesmo fim-de-semana, e logo para mim, que ando a medicamentos para o castrol!!... :-)))


Um apontamento sobre a organização, que mais uma vez esteve em muito bom plano.
Muito profissionais, não falharam em nada.
A única crítica que faço foi a de terem acrescentado os últimos 6 waypoints, de surpresa, no segundo dia... que me estragou completamente os planos.
Mas foi para todos, por isso...


O regresso a casa foi feito mais uma vez na companhia do Sérgio e do Vasco, com quem me entendo muito bem a rolar em estrada. Sem qualquer problema.
A TTransalp, depois do susto inicial de falta de bateria, obrigou-me a cuidados redobrados, em rolar o mínimo possível com as luzes ligadas e, de noite, desligar o fusível de alimentação do conversor 12/5 V (tenho mesmo que arranjar uma coisa melhor!). Não voltou a falhar o arranque.
De resto tudo OK, mais uma vez sem qualquer problema mecânico a registar.

Foi chegar a casa, pousar as coisas, arrumar o possível, comer e descansar, pois... o dia seguinte era de pica boi!!
;-))

Podem ainda ver a colecção completa das fotos que fiz este fim-de-semana, aqui.

2 comentários:

Sauros disse...

Gostei do relato.

Da próxima, vens connosco (Sérgio e Vasco) e assim podemos debater pelo caminho as estratégias de Navegação :)

Anónimo disse...

Já tenho é saudades de rolar com a minha transalp em terra nos sempre porreiros passeios trail, mas voces agora é só "competicion".
Abraço
Bruno

P.S: a minha menina já deu a volta e andava com ideias de comprar outra moto, mas nao tenho coragem de a vender, tambem nao tenho condiçoes de ficar com 4 motos(a joana agora tem uma Dominator e tambem nao vende a DTR)sendo assim fico como estou que está muito bem.