07 junho 2008

Portugal Lés-a-Lés 2008 - o relato - 8

A interromper os estradões de terra esteve o lanche. E, por alguma razão organizativa que não cheguei a entender, para obter esta refeição era preciso entregar uma senha em troca da sande mista, maça e garrafa de água. Seriam os aldeões alentejanos pouco conviáveis? Não me parece!

Curiosamente, foi nesta paragem onde a Transalp esteve mais perto de tombar... O asfalto onde estacionámos era tão fino que o descanso entrou terra dentro. Por sorte, houve quem tivesse reparado e, antes que acontecesse, chamado a minha atenção. Mais ainda, foram logo buscar uma pedra para colocar por baixo (na foto).
Este pessoal é impecável! Obrigado!


E assim continuamos, em direcção ao ponto quente da tarde..., do dia..., do Lés-a-Lés inteiro...
Primeiro, nova "picagem", antes da passagem a vau pela ribeira do Torgal, pequeno afluente do rio Mira (que desagua em Vila Nova de Mil Fontes, umas das várias titulares a Princesa do Alentejo ;-)

As meninas do MCP sempre em grande! Aqui, enquadradas com umas florzinhas azuis, como merecem ;-)


As travessias a vau são sempre um dos pontos mais temidos destes passeios. Para os perto de mil motociclistas que compôem a caravana, este é o tipo de condução menos praticado e que, naturalmente, causa maiores dificuldades.

Grandes filas se juntavam para ver passar os outros.
Ou seria para os ver tombar? :-)


Mas a passagem a vau não era a maior dificuldade...
Embora com umas pedras soltas pelo meio, era relativamente estreita e até havia uns sapos dentro de água para ajudar. Pode ter sido por sorte (ou por azar ;-) mas não vi ninguém ter problemas nesta travessia.
Vi foi o sapo levar um banho daqueles, de uma Tiger mais atrevida...


O grande problema estava à espera logo a seguir. Um lamaçal de primeiríssima água ;-)
E aqui não resisto a transcrever o texto da notícia publicada no site da Federação Nacional de Motociclismo:

"... os elementos do Moto-Emergência tiveram o maior trabalho de todo o Lés-a-Lés… ajudando a levantar motos tombadas nos traiçoeiros poços de lama existentes logo à saída da ribeira. E chegaram à conclusão que a preparação física dos participantes está longe de ser olímpica, registando inúmeros casos de extremo cansaço, chegando mesmo à exaustão. ..."

Estes não estavam assim tão exautos.
Oh pra eles todos felizes por estarem prestes a chafurdar :-)


Vou? Não vou?
Sim, foi e... caiu. Uma Dominator vermelha, que me fez lembrar imediatamente de uma outra que conheço, que também gosta de tombar (... :-), não se sentiu suficientemente confiante para passar uma das piores poças. É que isto é (quase) apenas uma questão de confiança!
Este foi o único que vi tombar, mesmo à minha frente.

Curiosamente, ou talvez não, passei totalmente "na boa"!! O treino dos últimos passeios para Trails do MCP deram-me um à vontade que me permite actualmente brincar nestas passagens mais complicadas.
Não chego a Dakar, como o Paulo Marques, mas acredito que já deve dar para passar do Alentejo :-)


Mais à frente, já a passar por Odemira, e enquanto esperava pelo meu companheiro de equipa (que afinal não estava para trás, mas para a frente...) vi muita gente parada nas primeira estações de serviço a lavar equipamento: botas, calças, luvas...


A entrada no Algarve fez-se ao atravessar a ribeira de Seixe, a tal que desagua na Praia de Odeceixe. Esta é também uma zona que me deixou boas lembranças.

Primeiro, a estrada municipal, de São Teotónio até aqui, que percorre a serra da Brejeira, com uns aromas que ficaram registados na memória (ao procurar informação na web sobre esta serra descobri isto, que justifica o porquê dos bons aromas locais e dos estrangeiros estarem a povoar estas localidades serranas isoladas ;-)

Segundo, pelo restante trajecto até Monchique. Umas curvas fantásticas onde puxei realmente pela máquina e onde devo ter abusado... talvez... um pouquinho.
Nada de mais!...


Neste "posto de picagem" de tarjetas também não registaram os adiantados (não foi em todos que isto aconteceu). Daí, um ajuntamento de algumas dezenas de participantes.

Nós esperamos cerca de 10 min, mas havia por lá gente que estava com quase 1 hora de avanço... Mas era um sítio agradável para esperar e estava sol!

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