05 setembro 2008

Azores 2008 - 6

O dia começou cedo. Antes das 7 já estava acordado e... com a máquina na mão.
O resultado, no entanto, deixa a desejar. Tirar fotos através de vidros sujos de hotel não é a melhor opção...


O objectivo: observação de cetáceos.
Os Açores estão localizados precisamente numa rota de passagem de vários cetáceos, nomeadamente, baleias e golfinhos, e daí se poder ver diferentes tipos destes mamíferos.
Fiquei a saber, logo no briefing inicial, que os cetáceos se podem dividir em dois grandes tipos: os "de barba" e os "com dentes". Que as grandes baleias são todas "de barba" e que os golfinhos, ou o cachalote, têm dentes. Mais ainda, que a orca, também conhecida por "baleia assassina", não é uma baleia mas antes um golfinho.


Todos equipados a rigor, com lindos e vistosos coletes fluorescentes, lá partimos nós em potentes e rápidas lanchas, com 12 passageiros e 2 tripulantes (o skipper e o ... marinheiro de segunda(? :-)
Na mesma altura, e do mesmo sítio, largaram 3 lanchas, todas com as mesmas indicações.


As indicações são transmitidas por rádio de um posto de observação, localizado algures na costa da ilha. Duas pessoas, utilizando potentes binóculos, conseguem avistar a distâncias "absurdas" os animais e depois avisar as tripulações que, embora de empresas diferentes, funcionam em equipa.
Assim, lá fomos nós, direcção sudoeste, em alto gás (embora das três lanchas fossemos a mais lenta, presumo que por transportarmos crianças a bordo...).
Andamos, andamos, até um ponto que me pareceu estar qualquer coisa entre os 10 e os 15 km da costa.
Longe... como dá para ver pela foto.


Só que chegamos lá e ... nada.
Supostamente andariam por lá um cachalotes, mas não se via nada.
Lá demos meia volta para voltar em direcção a Ponta Delgada.


Muito mais perto da costa, sensivelmente em frente a Relva, fizemos as primeiras "avistagens".
Golfinhos. Mais especificamente Golfinhos Comuns (Delphinus Delphis).
Segundo nos disseram, um grupo local, que não viaja para muito longe daquelas águas.
(a um grupo de golfinhos será que se pode chamar de cardume?)


Não sei quantos eram, mas era uma família numerosa, com algumas dezenas de elementos.
É muito engraçado vê-los a acompanhar o barco. Algumas crias pequenas a acompanhar as mães e a saltar ao seu lado.
Mais uma experiência muito interessante, que aconselho vivamente a quem visitar os Açores.


Depois de seguirmos o grupo durante uns largos minutos, o skipper sugeriu-nos uma passagem junto à costa, antes de voltarmos ao porto.
Grandes arribas, compostas de várias fases de evacuações vulcânicas (eu é que percebo disto ;-), formavam uma paigagem marítima fantástica.
Mais ainda eram as pequenas casas, construídas junto ao mar, em locais praticamente inacessíveis.
"Só a pé ou de burro lá se chega", disseram os nossos "surfistas marinheiros" :-)
"Mas é um sítio óptimo para um fim-de-semana de descanso, pesca submarina, ou de copos com os amigos", garantiram-nos.


O passeio estava no final.
De volta ao porto de Ponta Delgada, apinhado de veleiros, lanchas, cruzeiros, cargueiros e até um barco da marinha americana.


Neste dia voltamos, pela terceira vez, a um mesmo restaurante, o "44".
A este restaurante tinha que fazer referência pois ficamos a gostar muito, quer do menu, quer do pessoal, incrivelmente atenciosos e simpáticos para com as crianças.
Para variar, comemos sempre peixe. Fresquíssimo. Grelhado.
E para aliviar um pouco o tempo de espera da grelha, nada como um "pé de torresmo" acompanhado por um Curral Atlântis (tinto ou branco, embora tenha preferido o tinto) da ilha do Pico (mas que fiquei a saber que é só parte, pois a maioria vem mesmo do continente...)

4 comentários:

Anónimo disse...

Um lugar fantastico,sem duvida que acertas-te nestas ferias,tambem curtia la ir e com esta reportagem ainda se fica com uma ideia melhor dos açores.
Abraço e ate ao proximo passeio traisl.

Anónimo disse...

JFAlves no que falas de pessoas a vigiar , não são mais do vigias baleeiros que se situavam ao longo da ilha para avisar os baleeiros que saiam do porto da Vila das Capelas para caçar cachalotes e levavam para a fábrica em São Vicente - Capelas

Anónimo disse...

também me esquecia o Pedras de lava do pico também é bom ;)

Anónimo disse...

Gostei do termo surfistas marinheiros (sou amigo das pessoas em questão). O sitio que só tem acesso pedonal, e que para transporte de mercadorias é feito com burros, é a rocha da relva um sitio mágico. Um abraço dum micaelense orgulhoso