06 fevereiro 2011

Angola - #5.3

Voltamos a Benguela.
Se no dia anterior tinha sido mesmo de raspão (ainda que um raspão com saborzinho bom a francezinha ;-), no quinto dia deste périplo africano deu para conhecer um pouco melhor aquela que me pareceu a cidade mais "branca" de Angola. Praticamente por todo lado se vêm brancos a circular, mesmo à noite. Em Luanda não se vê nada disto... o que causou uma certa admiração.

O primeiro ponto de visita tinha que ser a praia. A praia Morena.
Benguela tem uma linha de costa fantástica! Uma água com uns tons azuis-esverdeados lindíssimos e uma areia fina, apetecível... não fosse a sempre constante poluição e lixo. Pena!...
Mas os retratos saíram bem. Digo eu! ;-)



Depois de tanto tempo passado desde o regresso (desde Agosto... já faz meio ano) começo a perceber (só agora? ;-) que não consigo, de forma alguma, chegar a descrever nem metade das experiências e sensações que se vivem e se sentem numa viagem destas. É realmente preciso lá ir e conhecer.
Mesmo para seleccionar algumas, poucas, fotografias para esta "exposição" é difícil. Em dez dias foram mais de 3600 disparos e (quase) todas elas mereciam, de uma forma ou outra, serem mostradas...
... e depois de um "desabafo" destes, continuemos. :-)

O resto de um antigo porto (fez-me lembrar o porto de Santa Maria, ilha do Sal, Cabo Verde...).
A curiosidade aqui não são as estacas velhas e partidas, que se mantêm junto à praia, mas... a razão de estarem dois homens em cima delas, bem lá no meio. Imóveis, pelo menos durante os 15 minutos que por lá andei...
À pesca? Daquela forma, agachados? Sem cana? Aparentemente sem rede? Sem barco para os recolher?...
Não percebi!



Depois da praia, um dos maiores ícones do local: o "Porta-Aviões" e a sua pérgula, despida.
Basta fazer uma pequena pesquisa na web para se perceber o quão emblemático este lugar é. Antigo clube dos Amadores da Pesca, este edifício com forma "à porta-aviões", é actualmente um café/restaurante bastante acolhedor, com uma esplanada dotada de vista magnífica sobre a baía.
Apetecível!



Aproveitamos o resto da manhã para circular pelas artérias interiores de Benguela.
Interiores, no sentido de "baixa" da cidade, porque todo o território limitrofe está preenchido com musseque, ou bairros de lata. Por lá não circulamos...
Ficam apenas alguns registos.

O cine-teatro Monumental.


Uma das avenidas principais de Benguela.
Qual? Uma delas!... ;-)


Uma das muitas moradias com "muito bom aspecto".


Restos mortais de um exemplar do tunning Benguelense, bem ao lado do restaurante onde almoçamos.
Não registei o nome, mas era um restaurante recentemente remodelado, moderno e muito bem arranjado, numa mistura de estilos europeu e africano.
Comeu-se muito bem, para não variar.


Embora aprecie bastante a arquitectura, no sentido em que os edifícios permitem manter durante décadas, séculos, ou até milénios, parte da cultura de um povo, nada ultrapassa a observação da população actual para se perceber as diferenças entre povos.
E os africanos aqui sobressaem. Distinguem-se radicamente de nós, dos europeus.

É certo que podemos encontrar uma cena semelhante à da imagem seguinte em Portugal, principalmente na zona de Lisboa, mas ali parece... normal. Que deve ser mesmo assim!


As crianças a caminho da escola, tão ordeiras e alinhadas, em fundo "clássico", português, do tempos da "outra senhora".


As oficinas dos veículos motorizados, automóveis e motorizadas, são ao ar livre.
Existem um pouco por todo o lado, umas maiores, outras mais pequenas.
Umas por baixo de palmeiras, outras de embondeiros. Interessa é ser à sombra!



Como as oficinas, quase todas as actividades comerciais estão bem visíveis, uma vez que são no exterior.
Mesmo os "restaurantes" da maioria da população são na rua e não dentro de portas.
Mais dois exemplos:

Empresa de entregas rápidas, com "viaturas" numeradas.
Não falha nada! :-)


Secagem de farinha, ao sol, em pleno terreiro, junto à estrada.
Esta dá para ficar a pensar na qualidade do pão que comemos por lá.....


Mas estava na hora de nos pormos a caminho.
Para Lubango, aqui vamos nós......



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