30 janeiro 2011

Bárbaros costumes

Bárbaros... mas gostosos!

Um dos pratos típicos nacionais, e portanto também aqui de Valongo, é o arroz de cabidela (candidato à eleição de uma das 7 maravilhas da gastronomia portuguesa).
A receita é muito simples: juntar dez bons amigos a uma mesa, uma panela de ... muitos litros, cheia de arroz de sangue malandro (que curiosamente não esteve ;-), e um "pequeno" galo de 5 kg 900 !!!!!

A cabeça do animal, feita troféu, foi servida à parte.
Voltou para a cozinha com a crista ainda ao alto. Ninguém lhe tocou... :-))


Grande noite!
Noite de recordações. Recordações dos vinte anos que já contamos destes "atascansos"...
Garantidamente que para a história desta noite sobraram muito mais do que os ossos, as peles gordas e... as canecas vazias!
;-)

25 janeiro 2011

Parabéns a você!

O meu "mais novo" faz hoje anos.
Há precisamente 4 anos que este Aventuras Blogais está "no ar".

Durante 4 anos já sofreu várias alterações a nível estético mas os temas mantêm-se aí.
Pena não haver mais disponibilidade para o manter mais actual, o que o tornaria num "diário" mais consistente, mas ainda assim continua cheio de força! :-)

Fica um bolo de empréstimo, algo recesso, já com dois dias, do meu "mais velho".
;-))

16 janeiro 2011

Pinguinos 2011

Do "tal" post que se evaporou ainda sobraram meia dúzia de linhas.
Volto a reinicializá-lo, mantendo a frase de abertura:
"Antes que passe a pica..."

No fim-de-semana passado fiz/fui/participei, pela primeira vez, numa concentração de motociclistas.
Nunca me tinha dado para tal, mas esta era diferente: uma concentração que representava um desafio. Uma viagem com dificuldades, colocadas principalmente pelo muito frio e muita neve que tem surgido nas últimas edições.
Há uns anitos que tenho seguido os relatos das viagens e, ou no trajecto ou na própria concentração, têm surgido problemas.
Quis experimentar. Ele há tolos para tudo! ;-)

Localização: Puente Duero, ali, muy cerca de Valladolid, España.

Sendo em acampamento, foi necessário carregar a Transalp como nunca.
Não tendo malas laterais, foi necessário a utilização de dois sacos extra (obrigado Sérgio!), bem acondicionados no banco de trás, para transporte da tenda, colchão, saco-cama e restante equipamento de campismo.
Nada que ela se tenha queixado!


No sentido Porto-Valladolid a escolha de percurso passou por utilizar ao máximo as auto-estradas, de forma a chegar o mais cedo possível ao destino.
Ainda assim, fizemos uma paragem para provarmos os pasteis da Maria... em Chaves. Ou os pasteis de Chaves, na Maria?
;-)
Foi uma paragem a convite do simpático casal Ruivo, Carlos e Paula, que tiveram a amabilidade de nos oferecer um kit de sobrevivência, para abrir só em caso de emergência...


Já em terras espanholas, um acontecimento que tenho que o deixar registado: atestar a menos 26 centimos o litro!
Sabe bem, mas deixa um estranho sentimento: o que andam os nosso governantes a fazer?...


Paragem para reagrupamento.
Mesmo num grupo pequeno, de 8 motos, é fácil de nos "perdermos", principalmente quando há quem que, por qualquer razão, tenha um andamento diferente dos restantes.
Foi o que aconteceu, sensivelmente a meio da viagem, nas longas rectas entre Benavente e Tordesilhas, numa zona onde o vento era tanto que circulávamos com uma inclinação de 10/15º... a 120 km/h.
Como já referi antes, ele há malucos para tudo!
Aproveito também aqui para agradecer ao Hélio Noddy pelos manguitos que tão bem cumpriram a sua função de manter as mãos quentes e secas. Fantásticos!


Chegamos!
Um imenso caos...organizado.
Milhares de motos, a maioria já estacionadas, todas alinhadas. Admito que fiquei, logo ali, impressionado.
Mas não gosto do barulho! Muita aceleradela, muito rater...
Os nuestros hermanos são "especialistas" destas coisas. :-(
Mas não há organizações como as portuguesas! Na hora da inscrição, mesmo já estando tudo previamente tratado pelo nosso executivo, Ernesto, eles "não sabiam de nada". Não tinham qualquer información sobre nosotros.
Mas com uma boa dose de paciência e de conhecimentos ao mais alto nível, lá se arranjou tudo.


Há que armar barraca.
Depois de quase 10 anos fechada, a minha tenda ia ter uma nova oportunidade de se mostrar. De apanhar ar. ;-)
Escolhido o local para a fogueira, no espaço previamente marcado pelos elementos do MCP que lá tinham chegado no dia anterior, há que montar o" condomínio" à sua volta.
Lona por baixo, uns ferrinhos aqui, umas cordas ali e ...


... et voilá, tenda montada, bem por baixo da nova faixa comemorativa dos 25 anos do Moto Clube do Porto.
De uma forma muito equivalente àquilo que acontece com o Clube Audio TT é extremamente fácil de conviver e fazer amizade com este pessoal.
Quando à partida só conhecia o Ernesto, o Fernando e o David (estes dois dos passeios Trail), por esta altura já éramos todos amigos de longa data. ;-)


Mas afinal estávamos numa concetração. O que fazer a seguir?
Bem, primeiro há que entregar a ficha de inscrição bem preenchida, ou seja, com Motocub ... do Porto, para futuro registo de participação.
Depois... bem, depois há que cirandar e ver as vistas.
Por esta altura, cerca das 6 da tarde, o palco ainda estava a começar a aquecer com os primeiros acordes.
E, ao fazer esta foto, perdi-me do grupo pela primeira vez durante o fim-de-semana. Era demasiado fácil!
Os milhares de pessoas, todas vestidas de motocicleteiros, faziam com que bastasse olhar para o lado durante 1 min e... já foste!


A melhor solução para nos encontrarmos na movida era mesmo recorrendo ao telemóvel.
Estavam na "tasca" portuguesa, 100 Reserva, de mais um sócio do MCP, o Jacques, e de um amigo.
O Ernesto já sabia que estariam a servir especialidades tipicamente portuguesas.
E em terras espanholas onde é que se come bem? Em tascas portuguesas, com certeza! ;-)
Estivemos lá parados, na conversa e a petiscar, duas horas e meia.
Primeiro o queijinho e as azeitonas e depois a feijoada à transmontana, tudo bem regado por um alenjano.
Muito bom! Parabéns ao chef!


Está na hora de circular.
Imediatamente, encontramos um verdadeiro pinguino... português, de Ponte de Sôr (e a sua namorada,de Nisa, que, segundo ela, "tão mal" fica nas fotos ;-)
O Miguel, que já trabalhou em Vallodolid, é sócio do Turismoto, o moto clube que organiza estes Pinguinos há 30 anos.
Depois de nos oferecer uma cerveja "da casa", espumosa qb, fomos oferecer um pequeno recuerdo ao chefe organizador deste imenso evento.
Logo a seguir... voltei a "perder-me".


Uma das hipóteses de me reecontrar seria voltar para junto das tendas - onde percebi um pouco mais tarde que o pessoal tinha "recolhido" - mas resolvi continuar a circular mais um pouco. Ver as vistas.
A enorme quantidade de "elementos estranhos" deixa-me curioso.
Vejam este exemplo, por exemplo. Um género de Cocker... português e do Sporting (coitado, mal ele sabia que daí a uma semana não ia ter presidente ;-)
Havia muitos outros exemplos a mostrar, mas tirar fotos de noite, no escuro, com a P150, é muito complicado!...


Estava a começar o espectáculo principal do evento.
Começaram a actuar os Orquestra Mondragón, uma banda de renome em España.
Conhecia alguma coisa deles, mas nunca os tinha ouvido em palco.
Fiquei admirado com a capacidade de um grupo espanhol cantar em inglês, sem pronúncia. Muito admirado!! Mas gostei!


E se os Mondragón foram aquecendo as hostes, o verdadeiro "pico de calor" veio logo a seguir.
The strippers show é sempre o ponto alto de qualquer concentração motociclistica - digo eu, com grande conhecimento de causa!... ;-))
Em cima do palco pode ver-se também aquilo que faria milhares de pessoas esperar até depois da uma da tarde no dia seguinte: uma Honda CBF600...


Duas da madrugada. Hora de recolher.
Os últimos resistentes ainda estavam à volta da fogueira, a aproveitar o calorzinho proporcionado pela fogueira.
Tinham-se consumido umas febras e uns chouriços assados nas brasas, sempre bem acompanhados por uns tintos, uns Porto ou uns bagaços...
Tudo coisas que fazem parte do kit de sobrevivência de qualquer motocicleteiro que se preze!
:-))



Às sete e meia da manhã já estava a calçar-me.
Mesmo tendo dormido surpreendentemente bem, quentinho e confortável, apeteceu-me levantar.
A manhã estava fresca mas não muito - tinha sido a noite mais quente de todas as edições dos Pinguinos. A temperatura mínima prevista para Valladolid era de + 5 ºC - no ano anterior tinha sido de 7 ºC... negativos  :-0
O ambiente estava quase místico, com a combinação do fumo das fogueiras com o nevoeiro característico de um pinheiral junto ao rio (estavamos apenas a 200 m do Douro...)



Ainda passei pelas casas de banho (pela primeira vez desde que lá tinha chegado - curioso, não?!...) e quase desisiti de entrar tal era a quantidade de água que corria lá de dentro...
Encontrei o Pedro dos Terríveis (mais um conhecido dos passeios Trail) que ia tomar o pequeno almoço (não tomei porque me tinha esquecido da senha... :-(
A refeição não era mais do que um pequeno copo de chocolate quente com três churros.
Fantástico!... ;-)
Quando voltei às tendas já quase toda a gente tinha acordado e andava nas lides de arrumação.
Fica o registo dos resquícios da noite anterior.
Agradecimentos à loura enóloga Ruivo ;-))


Depois de tudo arrumado nas motos saímos todos, meios partidos, na direcção do pequeno almoço.
Mais uma vez (desta vez enquanto pegava um brinde numa das tendas), perdi-me dos três elementos com quem tinha ficado.
Quando peguei na senha, reparei que o período de tempo do serviço da refeição tinha terminado e... enquanto esperava pelo retorno do pessoal, fui vendo a entrega dos prémios e troféus, a campeões motociclistas espanhóis e a participantes de relevo (a organização tem uma enorme quantidade de troféus a entregar!)
Um desses prémios, um "Pinguino de oro 2011", como já sabia de antemão, seria entregue ao Moto Clube de Faro.
Estava a gostar e fui ficando. Quando voltei para junto das tendas estavam todos a bufar... de estar à minha espera. É que ainda por cima a bateria do meu telemóvel tinha ido completamente a baixo com o frio da noite e estava incontactável...


Mas foi precisamente devido ao meu "atraso" (na realidade, como não tínhamos combinado hora de saída, eu não me sentia propriamente atrasado...) que aconteceu um dos feitos desta viagem.
O Ernesto, que tinha ido à minha procura, acabou por ouvir que o MCP era o moto clube estrangeiro com mais representantes e... foi receber o troféu ao palco.
Veio de lá todo contente e emocionado! Parabéns a nós!
E tudo graças à minha "visão" :-))


Da viagem de regresso não há grande história excepto... uma das motos ter sido mandada parar na autoestrada por ir demasiado... devagar.
É que tinha havido mais uma quebra do pelotão, logo à saída, na passagem por Simancas, e todos iam devagar, à espera...
Esta é uma das coisas que precisam de ser mais acertadas nestas viagens: não se pode ficar para trás mais do que ... 50 m e o da frente tem que parar caso deixe de ver o de trás pelos espelhos. A circular em localidades e/ou vias rápidas, entre muitas motos, este é um ponto crítico, mas que só melhora com treino.

E para treinar... nada melhor do que voltar a repetir.
Para Julho temos Faro. Quem sabe!...

11 janeiro 2011

Duero Superior

Fiquei chateado. Com certeza que fiquei chateado!
Mais do que chateado... fiquei triste!

Ontem passei uma hora e meia a escrever um post e, quando fiz "Publicar Mensagem", deu-me a mensagem de:"sorry, mas não é possível responder ao seu pedido..."
Ainda tentei voltar para trás mas já estava perdido. Caput. Népias.
Evaporou-se no éter, como se nunca tivesse existido...
:-((

Estava a aproveitar a "pica" com que fiquei da viagem do passado fim-de-semana à maior concentração motociclistica de inverno da Europa - Pinguinos 2011.
Como não há forma de recuperar o que escrevi, deixo, para já, uma fotografia feita junto ao rio Douro (em Puente Duero), perto de Valladolid, España.

01 janeiro 2011

Angola - #5.2

Entre Lobito e Benguela fica Catumbela.
Na realidade, de Lobito, Catumbela fica "logo ali".
Até sei que há muito pouco tempo, antes dos novos acessos, não era bem assim. Mas agora é.
Não se distingue nenhuma fronteira, e os morros, que limitam as terras baixas, junto ao mangal, e o interior do território, são um contínuo correr de casas e casinhas - de musseque, como por lá se chamam.
Ainda assim, estes bairros pobres já aparentam ter umas condições bastante razoáveis: têm energia eléctrica e, de noite, iluminação pública.
E têm instalações desportivas: de reparar no jogo de futebol, disputado no pelado, mesmo ao lado de um relvado ;-))


Cantão nº 1 - 1946
A 26 km de Benguela, uma das muitas casas de cantoneiros abandonadas.
À semelhança daquilo que também se passa em Portugal, deixaram de haver cantoneiros dispersos pelo país.
A actual cultura está em concentrar para melhorar, ou acabar, com os serviços.
Eu aposto que o acabar vai ganhar!...


A feira, junto à linha férrea, é um dos pontos com mais vida em Catumbela.
Muito movimento e muita cor.
Não paramos para apreciar, mas deu-me a ideia que os produtos mais transacionados aqui são os alimentares.




Muito perto da feira, num largo junto à estrada, há um "museu" ao ar livre.
Comboios e material rolante, bem ferrugento, aparentemente já do início do século passado.
Registo histórico da importância que a linha férrea sempre teve neste canto do país.



Catumbela é também nome de rio.
O Catumbela é relativamente curto, para as dimensões do país, com apenas 240 km, mas percorre uma paisagem montanhosa muito abrupta.
É atravessado por uma nova ponte, a 4 de Abril, inaugurada em Setembro de 2009, construída por um consórcio português, Soares da Costa/Mota-Engil.
Bem bonita, por sinal, dá um ar de modernidade à localidade!



Mais uma escola, esta mais ao estilo português dos antigamentes, embora nada parecida com as nossas quadradonas Salazaristas.
Se a escola que registei em Lobito não tinha paredes, esta têm-nas. Mas não tem porteiros...
As crianças circulam livre e alegremente pelas ruas.
As mais pequenas, e isto é geral em todo o país, vão para a escola com as suas próprias cadeiras de plástico às costas.
Curioso, no mínimo!...



Estádio Nacional de Ombaka: um dos novos estádios desportivos, construídos para o CAN, Campeonato Africano das Nações... de futebol, claro!, que decorreu no início deste 2010.
No entanto, e pelos vistos, por Angola os novos estádios estão como em Portugal: às moscas.
Bom, às moscas talvez não!...
Se em Portugal o estádio do Algarve está a ser usado para prólogos de ralis, o de Leiria está na perspectiva de ser demolido, o de Aveiro aspas-aspas... por Angola servem para o universo religioso da igreja pouco católica, que é a "equipa" que tem mais adeptos!!
Mas que é giro, é!


A entrada em Benguela faz-se por uma zona muito industrial, como aliás também o é a periferia de Lobito.
O primeiro prédio digno de registo, por ser alto e visível à distância, é o hotel Mombaka, ou M'Ombaka (o que está nas terras de Ombaka).
Este é o hotel de referência de Benguela (acabei de ver a quantidade de comentários bem positivos ao mesmo).
No entanto, o meu registo fotográfico tem um enquadramento que, se puramente fortuito (pois é uma foto feita de dentro do carro, em andamento), não consigo deixar de o achar curioso: um hotel de 4 estrelas, um carro de luxo (Range Rover todo equipado), um casebre e um monte de entulho.
Uma cena que corresponde perfeitamente à imagem da Angola actual. Não se consegue separar as duas vertentes.


Benguela é muito bonita.
Bonita e descontraída. Tão descontraída que se vê pessoas simplesmente a passear na rua à noite, o que não deixa de ser curioso, depois de conhecer Luanda...
Há pessoas a passear, mas principalmente pessoas brancas.
Pareceu-me, e não devo estar enganado, a cidade mais "branca" de Angola.
De dia, vê-se também pessoas a cruzar as belas e largas praças, em ritmo de passeio ou em passo apressado, por exemplo a caminho da escola.
Bonitas também estas miúdas, de farda branca.

E para finalizar por hoje, paro à entrada de uma zona menos aconselhável ou recomendável.
Mas ali perto, HA 100 METROS, há mais uma igreja universal.
Não faltam em parte nenhuma, quase como as lojas de informática.
Estão universalizadas!
;-)