E foi em grande espíriTTo de liberdade, e por terras da reforma agrária, que vivi este fim-de-semana, do 25 de Abril de 2010.
Onze sócios do Moto Clube do Porto, e quatro acompanhantes femininas, deslocaram-se às planícies de Alter do Chão para aprenderem as melhores técnicas de condução em fora-de-estrada em motos Trail, num curso organizado pelo MotoXplores.
Para a maioria, a deslocação para a herdade do Monte Redondo foi feita ainda na sexta-feira, tendo-se realizado uma paragem à saída de Abrantes para um belo e animado repasto. Chegados ao local já perto da meia-noite, e tratadas as normais formalidades hoteleiras, rapidamente fomos descansar, uma vez que o dia seguinte previa-se fisicamente “puxadote”…
Começamos a formação de condução sentados, não nas motos…, mas em belos cadeirões antigos, de pele, onde nos foi feita a apresentação genérica do curso, dos formadores e das primeiras técnicas e aspectos relevantes à condução fora-de-estrada. Por exemplo, foi-nos explicado que o curso pretendia transmitir as melhores técnicas para uma condução equilibrada e relaxada e não no sentido de competição “à la” Hélder Rodrigues.
Mas não era estando encerrados numa sala que iríamos aprender a conduzir melhor! Junto às motos, começamos por realizar os necessários ajustes à pressão dos pneus, à inclinação dos guiadores, e outras adaptações à montada, necessárias para a condução em fora-de-estrada, tão diferente da condução em estrada.
A saída para a pista “relvada” fez-se com todos já cheios de vontade de aprender as apregoadas técnicas de equilíbrio para não deixar tombar as nossas big Trail, nos piores estradões dessas serras e vales…
Como? Não deixar cair? Claro que ela vai cair. Mais tarde ou mais cedo, vai cair. É garantido!!
Assim, a primeira coisa que há a fazer é aprender a levantá-la!
Que linda visão que ocorreu naqueles 5 min: uma verdadeira “plantação” de big Trails, todas deitadas num pasto alentejano. ;-)
E foi precisamente aqui que tive o único problema “mecânico” do fim-de-semana: a Transalp, que já tinha tombado umas dezenas de vezes sem estragar nada (já estava habituada aos maus tratos, portanto!) não gostou de ser “pousada com miminho” e… lá ficou com um espelho estalado. Ele há coisas!...
E há que fazer “figuras”, num treino mais apropriado para concorrer ao “Carrossel da GNR”.
Só com uma mão. Só com uma perna. Agora com o pé esquerdo no estribo direito…
Isto, sempre às voltinhas em torno da oval campina.
E a posição de “pega de touro”, com o peso todo em cima da perna de “fora”? E não é que resulta mesmo? Aquelas curvas apertadas que até então me pareciam impossíveis, em velocidade super-reduzida, estavam finalmente ao meu alcance. E não só a mim. A todos, mesmo aos menos “cromos”, como passamos a ser tratados. ;-)
O almoço saiu já tarde, pois ainda fomos dar uma voltinha à herdade, mas saiu em bom. Muita “pasta” para a energia voltar aos níveis normais e necessários de funcionamenTTo, e lá voltamos nós aos treinos.
Travar, e travar a fundo, foi uma das técnicas treinadas já da parte da tarde de sábado. Em ambiente controlado, aqueles “riscos” na terra iam crescendo à medida que se ganhava confiança.
Só com a roda de trás (aquela que não serve para parar mas apenas para controlar) e com mais pressão dum lado, e depois do outro, para atravessar para um lado, ou para o outro. Julgava eu que sabia travar em terra, mas aprendi agora a travar de forma mais controlada.
Agora quando cair já vou cair a maior velocidade, pois já sei travar melhor e o limite do “Ai fod#-%& !!” (os termos que nós aprendemos!-) já está bem mais avançado!!
;-))
No final do dia, já com o sol a pôr-se ao fundo da planície, fomos fazer um percurso fantástico. O Alentejo está verde e florido. Lindo e perfumado!
Fazer alguns single-tracks entre flores amarelas, azuis e brancas é uma das imagens que mais me ficou na retina.
Usando muitas das técnicas que aprendemos durante o dia foi uma verdadeira curtição. É que a técnica, quando aplicada devidamente, vale de muito!
Cansados, mas muito satisfeitos, chegamos ao final do dia!
Depois do jantar ainda houve tempo para uns jogos de cartas, para uns, de bilhar para outros (dominado por um certo “cromo da bola e do taco”, moi même! :-)) e para a visualização, a muuiiitoo baaaiixaa velocidade ;-), de alguns filmezinhos realizados durante o dia de treinos.
“Xix’i cama”, que amanhã há mais…
Completamente formados e equipados a rigor, lá estávamos nós prontos a arrancar à hora marcada.
Deste último dia destaco o treino de inversão de marcha em subida íngreme, sem esforço. E repito, sem esforço, pois foi disso mesmo que se tratou. É que deixou de ser uma coisa verdadeiramente assustadora (porque o era, para mim, até então!) para uma coisa relativamente simples.
Destaco também a subida íngreme (íngreme mesmo!) em inércia. Chegar ao topo e parar para permitir visualizar os obstáculos à frente, que antes estavam escondidos.
Enfim, um fim-de-semana de muito saber adquirido, que valeu muito a pena!
No final, e resumindo, para todos os que lá estiveram fica a grande máxima:
“Olhar para a frente e dar gás!”
E não é que resulta?
;-))
Parabéns aos quatro formadores da MotoXplores, e em particular ao Carlos Martins pela excelente “finesse” com que nos formou durante o fim-de-semana. Além de um grande, enorme, domínio da máquina (uma BMW HP2), demonstrou ainda uma grande capacidade de transmissão da mensagem, nem sempre fácil neste domínio.
E de lá saímos nós, com um diploma de “excelente desempenho” conseguido!
Estão também assim de parabéns todos os participantes do curso, em particular os dois elementos femininos, a Fina e a Catarina, pelo grande empenho e vontade demonstrada.
Voltamos cheios de vontade de experimentar as novas técnicas já no próximo passeio para Trails do MCP.
E não é que é já aí ao virar do mês, no dia 9 de Maio?
Bora lá?
;-)
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