10 agosto 2009

Pinhões e amêndoas...

... laranjas e pêssegos, uvas e azeitonas.
Tudo isto numa paisagem alterada pelo homem, de uma forma tão bem conseguida que até queriam (querem?) considerá-la como beleza natural.
De natural não tem (quase) nada, mas que é uma beleza, lá isso é!

De Vale de Mendiz, localização do Quinta do Silval, descemos até Pinhão, antiga "capital do embarque" de tudo o que a região produzia (e produz) para "baixo", para o Porto, a bordo do típico barco rabelo.


Mas actualmente já não são os artigos comestíveis ou bebestíveis que entram nos rabelos. Antes, pessoas.
Paletes de pessoas!
Tantas, que os rabelos já não chegavam para as encomendas. Tiveram que trazer uns paquetes para transportar turistas, pelo menos, até Barca D'Alva.
Este é o Infante D. Henrique.


Paisagem larga, esta!


Pinhão tem apenas uma ponte, rodoviária, sobre o Douro. Conta ainda com três outras sobre o rio Pinhão. Uma rodoviária, outra ferroviária e uma pedestre.
E foi nesta nesta última, a mais recente das três, que o Gui se abriu em altos berros, depois de ter perdido um bife de um dedo, numa travessa de madeira.
Ponte má! ;-(


E basta subir um pouco pelas margens do Pinhão para perceber a quantidade de quintas, quintinhas e quintonas que por aqui existem.
Todos os recantos estão aproveitados para a produção do belo tintol (sempre prefiro esta expressão à do belo néctar :-) ou da bela oliva.
A produção de Douro ou Porto está a dar e é impressionante ver o quanto!


Aqui o Quinta do Silval visto de baixo, do rio, para cima, pela encosta norte.


A praia fluvial do Passadouro.
É uma local muito interessante, bem arranjadinho, com bar, casas de banho e afins. Está é talvez um pouco mal sinalizada. Só dei com ela quando lá cheguei.
Mas digo "talvez" porque talvez seja melhor assim!...


Novamente o Quinta do Silval, agora visto de cima, de Vilarinho de Cotas.


Sobranceira ao vale pinhoense fica Casal de Loivos, de onde se pode apreciar, num dia claro como este estava, uma vista larga e fantástica sobre Pinhão e outras terras durienses, já para o distrito de Viseu.
Custa um pouco ir "lá acima", até porque a principal estrada de acesso estava interrompida por estar a levar um novo tapete, mas vale muito a pena!


Ah, eis chegado o momento mais esperado do dia, o jantar.
Digo momento, mas esta é apenas uma forma de expressão. Hora e meia de puro prazer e deleite seria o mais correcto.
A cozinha é óptima, de sabor e apresentação, mas é a parte líquida que mais apreciei. Foi neste dia que provei o intricado Tinta Roriz. Admito a minha total incapacidade para descrever sabores, mas já há muito que li, e agora comprovei em conversa com o connaisseur de vinhos do hotel, que um bom vinho é aquele que nos satisfaz plenamente, e não aquele que um ou dois especialistas o apontam como o sendo.
Dos vários tintos do Douro que conheço e que provei o Dorna Velha - Tinta Roriz é um dos que para mim me transmite melhor a ligação à região. Aos seus sabores e ambientes.
Esplêndido mesmo!

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